quinta-feira, 19 de junho de 2008

Penso, logo escrevo logo

Nietzsche costumava dizer que possuía "sentenças de granito", que eram máximas, tipo provérbios que ele criava e nos quais acreditava como mandamentos. Todo mundo tem um que gosta muito, e não diferente disso, eu também tenho os meus. Mas nunca elegi "um", porque há vários muito bons e por razões diferentes, aplicáveis a situações diferentes na vida. Outro motivo é que não acredito em verdades absolutas, generalistas, eternas. Prefiro dizer que algumas são tentadoramente sábias e irresistíveis. Mas um dia desses, lendo um livro que minha tia me mandou, cheguei a uma "conclusão", mas não quero eleger uma sentença de granito. Nada na vida deve ser escrito em pedra, né? Então... Veio na minha cabeça: que se continuamos vivos no dia de amanhã, todas as certezas que temos hoje podem ser conclusões precitadas. Isso me ocorreu quando li o trecho abaixo:

"Ninguém determina de antemão e do princípio ao fim o caminho que seguirá na vida. O máximo que fazemos é optar por trechos, com maior ou menor ousadia, à medida que prosseguimos em frente. Ocorre que, a cada novo trecho do caminho, nós nos deparamos com novas realidades e com possibilidades desconhecidas que alteram não só nossas expectativas sobre o futuro, mas que podem colocar o percurso já transcorrido sob uma nova luz e perspectiva. O conhecer modifica o conhecido. É por isso que tudo o que vivemos, ou seja, todas a nossa experiência passada e a imagem que temos de nós mesmos são na melhor das hipóteses construções provisórias, sujeitas a revisões mais ou menos drásticas de acordo com o caráter do que vamos descobrindo e vivenciando ao longo da nossa trajetória pessoal. A literatura mostra e a vida comum confirma que experiências críticas em nossos percursos (...) podem nos levar a rever profundamente o sentido do nosso passado e as crenças que alimentamos sobre nós mesmos." Eduardo Gianetti in "Auto-Engano"

Esse escritor fez com que me sentisse mais à vontade, por todas as vezes que repensei e repenso minhas escolhas. Ele me fez sentir confortável em acreditar que a vida não é uma planície, e que nem precisa ser.

Beijos pensantes,

Nat

5 comentários:

Anônimo disse...

Olá... gostei do texto, e realmente concordo com a sua opinião....

bjs

Dois cigarros e um café. disse...

Muuuuito bom o texto do rapaz! E realmente verdadeiro, afinal as escolhas das nossas vidas infelizmente muitas vezes são baseadas nas escolhas alheias...

Beijundas ^^

Lily disse...

o Nietzche é bem enfático, né? radical, até, em alguns pontos...
tb sou como vc! nunca elegi "um" e nem fiz sentenças de granito pra mim! já mudei de idéia tantas vezes! já tive tantas certezas q foram posteriormente contrariadas...

enfim... prefiro acreditar q minha única certeza é a dúvida! rs

bjksss

Anônimo disse...

Olá...
Bom fds

bjs

Anônimo disse...

A vida tem altos e baixos... e isso é sempre bom.
Gosto de um que diz algo assim: se o barqueiro não sabe em qual porto ir, não há vento que lhe seja favorável.