quinta-feira, 23 de setembro de 2010

as coisas mudam, enfim!

sabe, eu nunca tive empregada, faxineira, secretária, capangas, office boy, acessores nem afins desde que me casei, (inclusive, semana que vem completamos três aninhos).
Quando eu vivia no bem bão da casa de mamys, lá tinha faxineira toda semana, que, docemente também passava minhas roupitchas e as deixava dobradinhas na minha cama pra eu cuidar da tarefa árdua de guardá-las.
Casei, fui pra Austrália e depois de dois anos, quando voltamos, achei que de cara poderíamos ter uma Claudinete pra cuidar da agrura doméstica. Mas a grana apertou e o crachá de Irineuza quem colocou fui eu. (Tá, maridão dobrava as meias e cuecas, tirava poeira e carregava o balde também. Não tiremos o mérito dele...)
Isso até essa semana!!! A grana ficou mais frouxinha e a iminência do vestibular me empurrou pra procurar Kleuziane o quanto antes, porque não consegui a proeza de pilotar o rodo com a mão direita e segurar o livro com a outra.
Consegui uma Marineuza e ela começa semana que vem. Conversamos e botei fé na moça, ela parece bacana. Engraçado é que nunca tive essa incumbência de orientar uma faxineira. Mais estranho ainda, é que depois da minha experiência na Austrália - onde cada um arruma o seu, pois as Lucineides cobram muito caro por lá - passei a achar meio esquisito ter alguém que vai limpar a minha sujeira.
Não que esteja achando ruim, mas que é esquisito é. Você pode estar achando estranho, pois ter alguém pra arrumar nossa bagunça é o que há. Mas quando a gente sai dessa realidade, em que isso é normal e vivencia uma outra totalmente diferente, você vê essas pequenas coisas com outros olhos. Acho que por isso estou achando essa história um luxo!!!
Vai ser interessante. Atualizarei notícias a respeito, após a primeira empreitada.
To be continued...

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

pra não dizer que não falei dos podres

Pois é. Já começou antes de começar.
A mãe do Brasil ajuda outras mães a ajudarem os filhinhos, coitadinhos, a ganharem um troco.
Isso porque ela ainda é "só" uma candidata.
Alguém se arrisca a imaginar o cenário dos próximos anos?
Você, querido indeciso, precisa do que mais?
Dinheiro na cueca?
Aposto como ela usa boxer pra caber mais. Só não deu pra filmar.

E tenho dito. Ô se tenho.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

"Se Deus quiser, um dia eu quero ser índio..."

tava aqui estudando e apareceu essa pesquisa feita em SP.
Simplificando...
A poeira que se acumula dentro de casa contém dezenas de substâncias tóxicas, causadoras de diversas mazelas à nossa saúde. Das mais simples (alergias) às mais escabrosas (câncer, infertilidade).
Aí eu reflito...
Nossa condição humanóide urbanóide é assutadoramente artificial.
Criaram-se conveniências ao nosso dia-a-dia, tais como os citados na pesquisa: desinfetantes, dedetizadores, plásticos mil, combustíveis; com os quais dividimos, meio desavisados, a nossa existência, entre as paredinhas apertadas das moradias urbanas.
Sei não, mas parece que nossa condição humana se afasta, galopando, do natural. Ou pelo menos, o conceito de humano deve estar mudando (porque evoluindo não está).
Já é sabido que somos subproduto do meio. Comparando grosseiramente: o caranguejo, que vive na lama, se mistura a ela; as abelhas envoltas em pólen e mel, os pinguins no gelo...
Me invejam todos eles. Todos trafegam, livres e tranquilos, sem medo de haver sujeira, bactérias, neuras. Ou já se viu o pinguim de meias? Luvas pra caranguejo?
Um dia, andando pela cidade, observei um mendigo que passava e me assustei ao perceber que ele tinha a cor da poeira do asfalto "incorporada". Seus pés, mãos e unhas estavam impregnados daquele pó grosseiro. A sujeira por si não me assustou, mas fiquei triste, com essa história na cabeça... Produto do meio.
E nós, que não vivemos nos viadutos, na colméia, no mangue ou no gelo?
Que produto somos nós? Do quê?
Mais engraçado é pensar que somos, paradoxalmente, inadaptados ao ambiente que construímos, às condições que criamos e que se estabeleceram. Desinfetados, perfumados, medicados, mas frágeis!
Porque nos cercamos de facilidades mais complicadoras do que propriamente facilitadoras?
Esse não é um manifesto pró-sujeira, ou abaixo o Pinho Sol, ok? E não venha dizer que estou almejando vaga na comunidade hippie mais próxima.
É uma pergunta que não sai da minha cabeça. Que bem-estar é esse que almejamos e como nos esforçamos para obtê-lo? Abrimos portas a conseqüências que desconhecíamos e nos tornamos vítimas ignorantes, no meio dessa poeira incerta, repleta de inimigos nada naturais.