sexta-feira, 29 de maio de 2009

Quick-causos

Eu, ser pensante que sou, na mais completa falta de assunto, resolvi contar os últimos casinhos. Ah, e claro, minhas conclusões a respeito.

# O ataque dos nervos à beira das mulheres
Quando se trabalha junto de oito mulheres numa mesma sala, nota-se ainda mais marcadamente, que na vida é esperto saber a hora de falar e a hora de calar. Mas nessa concentração de hormônios femininos, é sempre hora de falar? E elas não se calam, simplesmente, nunca. Interessante ver também como basta uma virar as costas que... Bom, o resto da história é mundialmente conhecida. Ninguém escapa do veneno. E como eu não me pronuncio, é ainda mais divertido como acabo ouvindo 55 versões e opiniões a respeito de um só caso. Eu me aborreço, mas me divirto!

# Envelheci ficando velho
Uma senhora ligou essa semana querendo o seguinte: A filha deu a ela um voucher de presente no valor de $50 pra almoçar ou jantar lá no hotel. Ela queria passar o voucher de volta pro nome da filha dela, porque: "Eu já estou velha e já não saio muito de casa mesmo". (Viram a minha cara de "ahn?") Lição do dia? Quando estiver descendo a ladeira, faça-se o favor de não acelerar o carro. Papai do céu me livre disso quando for a minha vez, ai que medo...

# Mulher de verdade
Amélia está aqui toda felizinha, porque comprou um super-ultra-legal ferro de passar roupa (porque tava quase colocando carvão no outro) e uma tábua de passar nova, levíssima, super-funcional! Ai, esse mundo feminino... Eu tento não me afetar, eu tento!

# Tudo pelo anti-social
Não sou assim chegada das minhas colegas de trabalho e desde que comecei nesse departamento (há sete meses...), nunca fiz força pra ir em nenhuma das reuniõezinhas, aniversários, noivados e etc (aliás, fiz um bocado de força inventando desculpas pra não ir). E sinceramente, não sou do tipo que vai se não estiver afim, se a companhia e o evento não forem do meu agrado. Esquece, não vou meeesmo. Semana passada percebi que minha supervisora ficou chateada por eu não ter ido no aniversário dela. E em várias oportunidades já brincaram dizendo que sou gás nobre e etc e tal... Sim, e por isso estou me sentindo de tal forma pressionada... Logo... O próximo evento? Um chá de bebê! Que graça! Não, calma, escuta! No DOMINGO! De uma às quatro da tarde!
Alguém manda qualquer idéia do céu, ou um dilúvio talvez? Eu prometo que vou, no próximo.

Ai que peleja hein?

Nat

sábado, 23 de maio de 2009

Round here

Esse espaço aqui é pra ser meu e por isso tenho (até) o direito de escrever coisas sem sentido se eu tiver afim, certo? Coisas que eu possa achar ridículas depois ou que desagradem a meio mundo que vai ler, que vai discordar, torcer o nariz, vai abrir o bocão pra dizer: "Unh, mas ela tá muito isso, muito aquilo, assim assado, blábláblá..." Ahn, juro que se dane tem hora.
Eu não sou muito de dizer que se dane, mas cá pra nós, dá licença. Não, eu não vou ofender ninguém nem xingar a sua mãe, nem o vizinho e nem fazer declarações sobre a política internacional e nem dizer que a culpa da crise é sua. Meu post desaforado é muito educado, por sinal. Não sou de despejar desaforos por aí de graça. Ahn, não estou fazendo sentido? Sinto muito, mas nem tenho o tal assunto, a pauta, o tema. A gente nem sempre faz sentido, nem sempre é coerente e eu num assinei em lugar nenhum afirmando que eu só posso dizer coisas bacanas e com sentido sempre. Aliás, eu nem estou escrevendo aqui com o intuito de ser lida. Na verdade faça de conta que não estou aqui. Isso é só uma página e você pode ir pra próxima. Num tô nem ligando, viu? Sério, não vou levar pro lado pessoal. Sou só uma pessoa com tédio agora. Quem nunca sentiu tédio? E sobre o que a gente fala quando está com tédio? Sobre o tempo? Sim, tá chovendo bem fraquinho, é madrugada de sábado pra domingo. Uma dessas horas em que dá um buraco e a gente se sente só, tudo é silencioso e esquisito. Dessas sensações estranhas que a gente experimenta e que a gente acha que são só nossas, que ninguém mais iria entender ou jamais sentiu igual, pois são coisas só da nossa cabeça, que acontecem só aqui dentro e que fazem parte dos nossos labirintos. Parece que tudo vai acabar e dá a maior vontade de chorar, dá um aperto horroroso. E parece que tudo mais que existe está muito longe da gente. Eu costumo ir pra janela e ouvir o mundo quieto lá fora, enquanto na verdade eu é que estou quieta aqui dentro. Quando eu era adolescente e esses dias aconteciam, eu fechava a porta do quarto, colocava uma música e abria a janela, podia estar frio ou chovendo, os vizinhos brigando ou ouvindo sertanejo. Ficava ali olhando pro céu e o que mais tivesse no campo de visão. Não pensava em me matar, nem queria morrer, nem me achava feia e gorda, não pensava em mais ninguém. Eu até podia chorar, mas pensava só naquele instante. Não mudei muito nesse quesito introspecções. Acendia a luminária e era capaz até de encher páginas de um dos meus cadernos só com os achismos que me vinham na cabeça nessas noites. Ainda, da até medo o tal silêncio, mas é estimulante.
Mas como os tempos mudaram, eu vim pro meu cyberespaço, pensei num título pra isso aqui, coloquei os fones de ouvido e tocou Round Here do Counting Crows. Round here? Sim, por aqui. Não estou aqui dizendo como estou por aqui? Pronto.

(eu ia dizer sobre abrir a janela e olhar pra ela, e essa daqui não abre... E não é que um imbecil passou aqui do lado de fora nesse minuto e deu um soco na janela pra me assustar? Pulei da cadeira mas não me toquei de onde veio o barulho. Quando abri a persiana ele tava com a cara de idiota grudada no vidro tentando olhar aqui dentro, pra ver o meu susto, sei lá. Saí pela porta afora pra, finalmente, desaforar alguém, mas ele já não tava lá. Que pena. Ele deve ter ganhado a noite infeliz dele me dando esse susto)
Tá vendo? Não sou a única a fazer coisas inúteis sem sentido no meio da madrugada.

Na verdade vir pro computador foi um jeito de driblar a falta de sono. Mas ele já chegou. E a trilha sonora é Kozmic Blues, da Janis Joplin. Super-embalou meu sono...

e como ela dizia: "get it while you can"

Nat

quarta-feira, 13 de maio de 2009

No caderno

Fico sempre surpresa com minhas anotações nos meus cadernos depois de um certo tempo.
Achei essas páginas escritas há pouco mais de uma ano atrás, quando ainda não tinha trabalho e tinha muito tempo pra pensar na vida.

"Hoje sou alguém que acha que realmente aprendeu com o passado.
Alguém que respeita o que foi, as escolhas que fez, que aceita os erros que comenteu - porque qualquer outra consideração a respeito é perda de tempo. Passou.
Aprendi a diferenciar as coisas importantes das realmente importantes - porque aprendi a ver o momento em que acontecem e se pedem minha decisão, a nomeação de prioridade.
Aprendi a extender o olhar a longo prazo, a pensar mais a fundo, fazer uma segunda pergunta, estar atenta a um detalhe, me perguntar se é realmente aquilo mesmo... Mas principalmente, considerar os fatos e decisões pelo menos por uma segunda vez.
Aprendi que as decisões não podem morar no impulso, mas sim na sensatez. E que para ser sensato - não incerto - o tempo sempre estará ao meu lado.
Sou eu, e não mais os fatos ou pessoas que me rodeiam que definem as prioridades da minha vida. Isso eu passei a chamar de respeito próprio.
E passei a ver, finalmente, que não há nada igual ou parecido comigo ou com o caminho que faço, porque sou eu (e só eu) quem vai andar através dele.
Ah, e voltei a usar relógio (porque me encontrei e fiz as pazes com o tempo?) e não quero mais me atrasar.
Eu não tenho que deixar me levar por fatos ou escolhas que não são minhas se eu não estiver feliz.
E descobri que "feliz o suficiente" não é "feliz de verdade" - então eu me permiti querer mais da vida e exigir mais das pessoas."

Achei interessante, surpreendente e maravilhosamente verdadeiro :)
Geralmente eu escrevo pra desabafar e não fico lendo depois o que escrevi. Então quando o tempo passa e leio de novo, sem nem lembrar sobre o que era, é engraçado como me surpreende a sinceridade das palavras.
Pode ter cara de auto-ajuda, sim, talvez. Mas é de mim pra mim!

Nat

sexta-feira, 8 de maio de 2009

eu disse que ia mudar!

Ele ainda é o mesmo, eu juro!
Mas eu tava cansada do título e tudo mais, então resolvi sacudir a poeira. Até porque agora me viro bem melhor na tradução, hehe!

Vamos à luta sobre essa mudança toda:
Eu tinha em mente um outro nome (que não vou dizer, senão vai chover de engraçadinho dizendo: "ah, mas esse seria bem mais legal." De jeito nenhum!).
Acabei optando por esse nome porque além de adorar essa música, eu acho que também tem mais a ver com o momento que eu tô vivendo.
Eu não ia DE MANEIRA NENHUMA procurar uma foto na net. Afinal de contas o mundo aí fora tá cheio de coisa interessante pra gente mesmo descobrir e fotografar. Então, se virem essa foto em outro lugar, estejam certíssimos que ela saiu daqui, viu???

Essa viagem ácida é um muro grafitado aqui perto de casa. (A foto anterior também fui eu quem tirei, também aqui no bairro, numa rua movimentada e bacana.) Eu sempre passava pelo muro (naquela mesma rua, por sinal) e olhava admirada esse desenho. Além disso, eu adoro arte urbana (peraí, eu disse arte, ok?)!

Como eu não sou amarradinha, olha aí embaixo as fotos do muro todo.




Ah! E aqui os saudosistas tem vez! Fica aí a logo anterior, hehe!

Novinha em folha!!!

Nat

terça-feira, 5 de maio de 2009

Falando nisso e...

"A minha casa está onde está o meu coração
Ele muda, minha casa não
No campo, em minas, terras gerais, ou qualquer lugar
Onde estou, minha casa está

Meu endereço é no sítio estrelado de norte a sul
Ele muda a cada estação
Na boca do sertão, na varanda do seu olhar
Onde estou, a minha casa está

A minha carne é feita de tudo que vai e vem
Tempo, nuvem, aflição também
Encontro e perda ao mesmo tempo, eu não vou parar
Onde estou, a minha casa está

Porque sou apenas movimento
Sou do mundo, sou do vento
Nômade

Porque quando paro sou ninguém
Não declaro onde ou quem
Nômade

Porque sou apenas movimento
Sou do mundo, sou do vento
Nômade

Porque quando passo sou alguém
Sou do espaço, sou do bem
Nômade"

nômade - Samuel Rosa e Chico Amaral


*Adoro quando falam por mim*

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Resenha das férias

Vamos por tópicos?
Sim, vou simplificar, porque ainda nem acabei de desarrumar as malas e tá tudo de pernas pro ar (eu inclusive...).

Cheguei aí: 07/04, voltei pra cá: 01/05
Penei: pra ter uma noite de sono inteira e parar de acordar às 5 e meia da manhã
As mais ouvidas: "E como tá lá? Estão gostando?"/ "E quando é que vocês voltam?" / "E quais são os planos, vocês vão ter filhos?" Aff.. as pessoas sempre tão pouco criativas no repertório de perguntas ...
Overdose: de pão de queijo, pão francês quentinho, pêlo de gato, antialérgico, trânsito louco... ahn, ehr, cerveja?
Amei: poder olhar nos olhos das pessoas que eu mais sentia falta
Comemorei: ganhar upgrade GRÁTIS pra classe executiva na ida!
Acidente de percurso: PULGAS no aeroporto de Santiago! Me rendeu vários dias de muita coceira.
Odiei: ver que a cidade que eu amo não é mais um lugar em que eu gostaria de morar
Correu: o tempo, e eu, que não parei um minuto
Se arrastou: a despedida - no final, tudo tinha gosto de despedida
Acovardei: não fui me despedir dos meus amigos e nem dos meus avós no último dia
Quase morri: no trânsito, espremida por ônibus na cidade (3x) e chamuscada numa banheira de hidromassagem (deixa prá lá, rsrs!)
Não fiz questão nenhuma: de gente enrolada e furona
Todo dia: Globonews, Oi FM, olhava a Serra do Curral e sorria :)
Descobri: que tem uma brisa que sopra aí que não existe igual!
Gastei: muito dinheiro com salão de beleza, remédios, cosméticos, estacionamento e ehr,... álcool
Mais difícil: reconhecer que a Austrália é longe, muito longe e "o ônbs é caro..."
Moleza: férias, primeira há anos
O melhor: colo de mãe. Precisava dizer?
Estranho: atravessar o mundo, chegar dois dias depois... em outro mundo! Só passando por isso pra entender a doideira que é!

Desculpa o mal jeito aí, mas a alma ainda ta chegando no corpo

Nat