quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Mamãe eu quero ser preso político

Mamãe, eu ando tentando
Me vê aí uma ideologia, que essa aqui tá vazia e não cola
Sabe aquele pessoal de 68? Então...
Polícia para quem precisa, mas pra mim não
Porque sou aquela burguesia (que fede)
Que se acha dona do pedaço, dos pedaços
Aprendi cedo que o cliente tem sempre razão
E, sim, mamãe, você me criou como cliente
Que esperneia sempre que é contrariado
Eu acho bonito sair nos jornais algemado
Parece até aquele pessoal de 68
Mas minhas idéias não correspondem aos fatos
Até visto umas camisetas do che
Mas da história de Cuba, só sei o clichê
Armei aquele levante, gritei, pichei, vibrei quando tiraram minhas fotos
Tirei centenas com o meu iPod
Vou colocar no meu face
O meu brinquedo de star
Mas você veio pagar a fiança!
Ah, não, mãe!