quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

já começou


Noite passada sonhei que fui prestar vestibular.
Cheguei meia hora atrasada, ainda na tolerância do horário (!!!), consegui entrar pra fazer a prova (hein?). Mas por causa do atraso, meu tempo ficou ainda mais curto que os demais candidatos (como punição pelo atraso, eu tinha só uma hora pra fazer tudo!).
Mas fiquei tão nervosa que não consegui fazer nada, nem a ridícula prova de inglês.
Brigaram comigo, tomaram minha prova, me mandaram embora.

Fiquei indignada, segurei a cabeça com as duas mãos e repetia desesperada que estava fudida, chorei, esperneei, apelei pro sentimentalismo...

- Mas moço se eu perder essa chance, só ANO QUE VEEEEMMMM!!!! Deixa eu terminar a prova, PELOAMORDEDEUS!!!


...

Isso é só o começo, pessoal!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

disfunções natalinas

Alguém aí desse lado ta acostumado a ter o tal Feliz Natal igual os capítulos natalinos das novelas, ou o da propaganda de fim de ano da Globo?
Isso me deixa encucada... Porque pra mim Natal nem sempre foi isso.
Passada a infância, em que Natal é seeeempre bom, com todos aqueles brinquedos (nunca pude reclamar disso, Papai Noel sempre foi legal comigo nesse ponto), esta data deixava cada vez mais a marca chata de separação.

Explico.

Ser filha de pais separados (e filha única também), significa que nessas datas é necessario escolher entre estar com uma família ou com a outra. Por isso, o almejado Feliz Natal não é regra pra mim.
Escolho estar com uma família, aí a outra reclama, faz drama, chantagem emocional (cada qual a sua maneira) e te pregam na cruz. E você nem tem um irmão pra te ajudar no discurso dos porquês. A carga pra manter a diplomacia é sua, só sua.

Durante muitos anos dividi minha noite de Natal em duas. Chegava uma determinada hora, eu deixava uma família e ia ceiar com a outra. Resultado? Família A chateada, porque não fiquei até o final da festa/ família B aborrecida porque a ceia já tava quase fria.
Ah, eu, sim, eu - indignada de ter que sair no meio pra pegar outra festa no final.

Além disso, já dirigiram pela cidade no meio da noite de Natal? Existe uma enhaca no ar que emana uma depressão /sensação de abandono qualquer.
Acho que era eu.

Ja tentei viajar na noite de Natal, também não funcionou direito. Menti dizendo que tinha que trabalhar (era recepcionista de hotel na época). Mas passei tanto tempo no telefone ouvindo “que chato, hein? Mas que coisa!“, que acabei me aborrecendo por igual.
Passei dois natais na Austrália que não tiveram cara de Natal (a cara que sempre teve pra mim), aí foi ótimo.


Então estou de volta, e decidi que a onda agora é simplificar a MINHA VIDA.
Por isso esse ano eu vou ficar com minha mãe (leia-se com a família da minha mãe também).
E por quê? Ora bolas, porque é minha mãe e pronto! Simples.

O problema do Natal (além da maionese estragada e das canções natalinas insuportáveis) é que a gente fica angustiado por não poder se dividir igual ameba pra atender a todos que nos requisitam e puto porque tem que explicar mil vezes que não ama menos aquelas pessoas com quem a gente não está.


Fora isso, é legal.
Adoro as comidinhas, as decorações, os presentes! Quem não gosta?



domingo, 6 de dezembro de 2009

que país é este? é a p... do Brasil

Nenhuma outra palavra do nosso dicionário esteve tão em baixa quanto a palavra absurdo. Assim como qualquer outra que se menciona em demasia, ela soa, sei lá, desbotada, sem impacto, insosa.
Então, não vamos falar em absurdo. Vamos falar em esdrúxulo. Pra mim essa soa mal, muito mal, soa tambem vergonhoso, horrendo, nojento.
Isso eu me pergunto após os tais vídeos, em qualidade HD diga-se de passagem, daqueles senhores arrecadando (?) todo aquele dinheiro, se absurdo é suficiente pra qualificar o que se passa na nossa realidade. Absurdo virou uma palavra fraquinha, debilitada no Brasil, de tanto que a gente a utiliza corriqueiramente.
Mas corrupção é uma outra desconfortável de se ouvir, ainda mais sabendo quem trabalhou pra gerar aqueles bolos gordos de notas nas mãos daqueles senhores. Porque é para as mãos deles que o nosso esforço vai.
Piora o desconforto sabendo quantos meses o brasileiro trabalha em média pra pagar impostos europeus e ter que se virar pra viver no terceiro mundo.
Sim, terceiro mundo, é onde posiciono o Brasil, nos meus conceitos. Pois não adianta nossa economia despontar, nossa indústria ser forte, nossas exportações se espalharem mundo afora, nosso PIB aumentar, o pré sal... e tudo mais. Terceiro mundo é onde o interesse da tirania política sobrepõe o respeito a população. Então nessas horas eu me sinto sim, no terceiro mundo. E ponto final. Pesquisa nenhuma me convence do contrário.
Porque no terceiro mundo, é salve-se quem puder. E aqui no terceiro mundo, a gente tem que se virar pra nos proporcionarmos o que aquela grana deveria nos proporcionar. Então, sorte de quem pode pagar o que o governo nåo nos dá de volta em troca pelos impostos que pagamos. Sorte de quem pode viver com alguma segurança, sorte poder pagar plano de saúde e educação de qualidade, sorte poder morar em rua asfaltada ou em bairro com saneamento.
Aqui no terceiro mundo, eu me sinto largada à minha própria sorte.


E sabe, depois de termos aquela cena invadindo nossa televisão e ceifando o que resta da nossa confiança, temos aquela amarga e nítida sensação de que vai dar em NADA, que daqui a pouco já se esqueceu a respeito, ou que o escandalo será sobreposto por outro ainda pior.
Aqui, no terceiro mundo, tudo que o governo tem a nos dizer, figura numa grande piada de mal gosto.
Votei nulo nas ultimas eleições, e claro, fui criticada. Me disseram que quem não participa nåo pode reclamar depois (como se fosse vantagem ou se adiantasse), entornaram nos meus ouvidos uma lorota qualquer de que o voto é o poder do povo...
Mas não nesse país, certo, companheiro?

Pra mim a equação é simples. Quem não respeita meu trabalho não merece meu voto.
E passados esses anos, vejo, entristecida, que não me arrependo dos votos anulados.
Porque eu continuo não concordando em sustentar bandido. Nem os do presídio, nem os do planalto.
Eu tenho vergonha desse país.

(...) sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição
mas todos acreditam no futuro da nação.
Que país é este? (...)