domingo, 27 de julho de 2008

O eco

Um amigo muito querido, tão especial e próximo como um irmão, me mandou um presente por e-mail ontem. Era um vídeo que ele mesmo fez. Filmou uma figura tradicional das ruas de BH, um cara que amola "facas, tesouras, alicates de tirar cutículas". Ele anda com um velho esmeril em uma armação de madeira e um apito que há anos toca sempre a mesma melodia. Melodia essa que me acordou inúmeras vezes, enquanto morei no bairro Funcionários (ou seja, a vida toda). Enfim...
Nesse domingo o Rodrigo acordou antes de mim e veio pro computador, abrir o tal vídeo, que eu ainda não havia visto e nem sabia sobre o que era. Eu estava na cama, acordando, e escutei aquele apito... alguma coisa ecoou várias lembranças, mas eu não sabia exatamente de quê... Sabia que era daquele lugar,aquele som, daquelas ruas que eu amo, daquele lugar onde me sinto não só em casa, mas no berço que me embalou, aquele lugar ao qual sinto pertencer, que me acolhe, em meio às suas fumaças, suas esquinas, suas montanhas e paradoxos.
Assisti ao vídeo. E no girar da roda do esmeril, uma tormenta de lembranças adormecidas me acordaram nesse domingo frio... me acordaram para o tamanho da saudade, que prefiro deixar num canto que visito às vezes.
Esse era o texto do Gui, que acompanhava o vídeo...

De: Guilherme Santos
Para: Natalia Franco
Enviadas: Quinta-feira, 24 de Julho de 2008 2:46:12
Assunto: pra lembrar de BH


tava aqui em casa estudando quando derepente nao mais que derepente percebo que os gritos e e barulhos na rua formam musicas para os mais atenciosos. Era a mais bem feita estrategia de marketing das ruas de BH. Uma flautinha e em seguida um canto de tenor. Corri a varanda e pedi que esperasse. Levei o produto e a maquina para registrar e pensei que quem esta longe e cansou dos mesmos assuntos de sempre, deve gostar de lembrar do inesperado cotidiano que fazia sentido num contexto onde uma população tenta de todos os modos levar uma vida menos amarga, ou melhor dizendo, mais doce. Quando escutei o canto, logo lembrei de vc e por isso lhe presenteio com esse video. Não é para sentir mais saudades mas para nao esquecer do passado cotidiano.

abraçao,

GUi.

Para quem não resistir (eu acho que vale a pena!), esse é o link do vídeo: http://rapidshare.com/files/131885270/MOV02617.MPG

Foi quando me dei conta de que saudade não se mata. A saudade que sinto hoje é um eco de coisas que guardo no coração, que sempre estarão lá.

E enquanto isso, vamos felizes por aqui, com saudades, mas muito felizes.
Descobrindo que com polvilho do Vietnã e parmesão australiano, se faz milagres...


Beijos,

Nat

2 comentários:

Anônimo disse...

ei Tatá,
muito legal o vídeo que o Gui fez... legal tb vcs fazendo pão-de-queijo na Austrália, é demais isso! E tem mais uma coisa: também descobri que saudade não é pra matar a gente, e nem pra gente matar... é pra guardar, lá no fundo, e ser feliz. Te amo, bjs, mamys...

Anônimo disse...

Não consegui ver o vídeo, mas sei que som é! Perto do meu serviço passa um senhorzinho tb com esse apito! Agora vou lembrar de vc toda vez!!!
^^
Bjokas!