domingo, 6 de dezembro de 2009

que país é este? é a p... do Brasil

Nenhuma outra palavra do nosso dicionário esteve tão em baixa quanto a palavra absurdo. Assim como qualquer outra que se menciona em demasia, ela soa, sei lá, desbotada, sem impacto, insosa.
Então, não vamos falar em absurdo. Vamos falar em esdrúxulo. Pra mim essa soa mal, muito mal, soa tambem vergonhoso, horrendo, nojento.
Isso eu me pergunto após os tais vídeos, em qualidade HD diga-se de passagem, daqueles senhores arrecadando (?) todo aquele dinheiro, se absurdo é suficiente pra qualificar o que se passa na nossa realidade. Absurdo virou uma palavra fraquinha, debilitada no Brasil, de tanto que a gente a utiliza corriqueiramente.
Mas corrupção é uma outra desconfortável de se ouvir, ainda mais sabendo quem trabalhou pra gerar aqueles bolos gordos de notas nas mãos daqueles senhores. Porque é para as mãos deles que o nosso esforço vai.
Piora o desconforto sabendo quantos meses o brasileiro trabalha em média pra pagar impostos europeus e ter que se virar pra viver no terceiro mundo.
Sim, terceiro mundo, é onde posiciono o Brasil, nos meus conceitos. Pois não adianta nossa economia despontar, nossa indústria ser forte, nossas exportações se espalharem mundo afora, nosso PIB aumentar, o pré sal... e tudo mais. Terceiro mundo é onde o interesse da tirania política sobrepõe o respeito a população. Então nessas horas eu me sinto sim, no terceiro mundo. E ponto final. Pesquisa nenhuma me convence do contrário.
Porque no terceiro mundo, é salve-se quem puder. E aqui no terceiro mundo, a gente tem que se virar pra nos proporcionarmos o que aquela grana deveria nos proporcionar. Então, sorte de quem pode pagar o que o governo nåo nos dá de volta em troca pelos impostos que pagamos. Sorte de quem pode viver com alguma segurança, sorte poder pagar plano de saúde e educação de qualidade, sorte poder morar em rua asfaltada ou em bairro com saneamento.
Aqui no terceiro mundo, eu me sinto largada à minha própria sorte.


E sabe, depois de termos aquela cena invadindo nossa televisão e ceifando o que resta da nossa confiança, temos aquela amarga e nítida sensação de que vai dar em NADA, que daqui a pouco já se esqueceu a respeito, ou que o escandalo será sobreposto por outro ainda pior.
Aqui, no terceiro mundo, tudo que o governo tem a nos dizer, figura numa grande piada de mal gosto.
Votei nulo nas ultimas eleições, e claro, fui criticada. Me disseram que quem não participa nåo pode reclamar depois (como se fosse vantagem ou se adiantasse), entornaram nos meus ouvidos uma lorota qualquer de que o voto é o poder do povo...
Mas não nesse país, certo, companheiro?

Pra mim a equação é simples. Quem não respeita meu trabalho não merece meu voto.
E passados esses anos, vejo, entristecida, que não me arrependo dos votos anulados.
Porque eu continuo não concordando em sustentar bandido. Nem os do presídio, nem os do planalto.
Eu tenho vergonha desse país.

(...) sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição
mas todos acreditam no futuro da nação.
Que país é este? (...)

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