tag:blogger.com,1999:blog-45550696014135416212024-03-14T08:53:49.010-03:00... paisagem da janela ...Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.comBlogger215125tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-58046372871946478622012-12-09T10:41:00.000-02:002012-12-09T10:41:13.916-02:00nós e a elétrica energia<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Quantas gerações já se contam desde a incorporação da energia elétrica no nosso cotidiano? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Me peguei pensando nisso ontem, por causa do temporal que me cortou a luz por horas durante toda a noite. Todos nós aqui hoje conhecemos, superficialmente, através de relatos históricos, filmes e tals, como era a vida sem lâmpadas, fios e controles remotos. Mas desconhecemos completamente como se daria a vida de hoje sem eles. Entende o ponto? O que viraria nosso dia a dia e como iríamos nos virar sem essa parafernália.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Comecemos pelo ato de conservar alimentos refrigerando-os. Acabaria-se. Reflita que isso seria como a reinvenção da roda. Depois as telecomunicações, os entretenimentos, os transportes, os hábitos, os horários, as distâncias, a segurança, a saúde, o conforto dos banhos quentes e da refrigeração do ar. Quanto deveria ser repensado? Tudo. Maluco, né? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O mundo como conhecemos deveria ser totalmente reestruturado se o apagão da eletricidade viesse pra ficar. E daríamos adeus à "Era da eletricidade", como demos à da Pedra Lascada.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas não creio que tal coisa aconteça, embora não estejamos livres de desastres pontuais.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Pra minha sorte eu tinha acabado um banho ótimo, durante o qual ouvia a uma fita (isso, fita K7, sou maluca) do Oasis, que gravei de um grande amigo em 1998. Já me enxugava quando tudo se apagou. E além da chuva, do vento e dos trovões não ouvi mais nada. Além do breu que nos invade a visão, o silêncio, em virtude da ausência da vibração de qualquer motor, é quase uma experiência bizarra. Não que seja ruim. Acho lindo. Mas o silêncio ortodoxo é um ente de outro mundo pra nós. Porque o nosso mundo é barulhento até falar que chega. Ainda que você decida que vai ficar em silêncio, lá no fundo, no andar de baixo, na cozinha, no vizinho ao lado... vai haver um bzzzzz, ou brrrr, ou tectectec, ou nnnnnnnnnn. Não tem jeito com isso, não dá pra brincar de vaca amarela com os milhares de motores que nos mantém vivos sem que a gente nem perceba. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas sempre achei lindo o silêncio e o escuro, a luz das velas nos guiando pela casa, a aura arcaica que emerge junto com a pane elétrica. Desde criança, sempre gostei desses momentos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Eu e os cães nos recolhemos à sala, iluminada com a montoeira de velas que tenho, em pitorescos castiçais e garrafas de vinho respingadas de cera. Abri um livro - "História da Vida Privada no Brasil - Cotidiano e Vida Privada na América Portuguesa", meu favorito da série de 4 volumes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E pronto, éramos só nós, os pingos de chuva no mato lá fora. Barulho nenhum mais. Horas sublimes, de reordenação dos sentidos em torno de uma nova realidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Exceto o barulho dentro de nós. Esse parece que nunca cessa.</span></div>
Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-70651534713356422232012-10-28T14:06:00.003-02:002012-10-28T14:06:43.193-02:00a beleza e seus bisturis<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não sou de levantar bandeiras e me proclamar contra ou a favor de determinadas polêmicas. Acredito em liberdade e que cada um é capaz de julgar aquilo que lhe faz ou fará bem. Pronto. Sou a favor da responsabilidade por si prórpio e acredito mesmo que não cabe ao Estado ou a quem for ditar as regras sobre o corpo alheio. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Falo de plásticas, mas poderia ser também sobre aborto, sobre o nível de açúcar nos refrigerantes, as propagandas de junk food, os remédios pra emagrecer, Viagra, castração feminina na África, mudança de sexo, eutanásia, legalização de entorpecentes... </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Acho que a proibição/condenação de qualquer prática que atente (apenas) à integridade física do indivíduo é de responsabilidade dele próprio, e, portanto, não é assunto pra ser debatido por ninguém mais. O corpo é dele, bastando isso como meu argumento.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Exemplifico.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Meu pai fuma há milênios, minha sogra idem. Minha mãe não pratica atividades físicas, meus avós idem. Vivem fustigados pelos fantasmas do colesterol e por todas as implicações do sedentarismo e dos maus hábitos. Me preocupam, mas não me mobilizam as causas de cada um deles. Não é falta de amor, acho que é excesso de respeito. Como tudo, só me pronuncio se for consultada. Não vou além, não importuno, não faço ( já fiz) meus discursos. Paro por aí. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E acho que o mundo, às vezes, também devia parar de meter o nariz nas escolhas alheias. O ranço do patrulhamento ideológico anda solto e, isso sim, não me escapa à crítica.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Digo tudo isso porque me vi intrigada com toda a polêmica em torno das "plásticas íntimas". É fácil demais julgar, ó céus, como é fácil! Quando o assunto é intervenção cirúrgica estética torço mesmo o nariz, em função da motivação da maioria dessas práticas. Evoluímos desde o espartilho? Nada. Quanta gente (homens inclusive) não vivem bem em seus próprios corpos se não se parecerem com os das revistas? E esse "viver bem, feliz com o que vê no espelho", justifica a agressão do bisturi? Diria que não. Mas não nasci com a cara torta, nem com um peito maior que outro, nem amargo as "sobras de pele" devido a um emagrecimento drástico. Não estou na pele dessas pessoas, não calço o sapato delas, logo, não sinto o aperto que elas sentem na caminhada. Porque diabos deveria julgá-las? O "eu não faria" é traiçoeiro demais. Não se sabe o dia de amanhã. Viveria eu bem com peitos no umbigo? Com a cara marcada por algum acidente? Não é possível saber. Taí a armadilha.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Eu não sei como se sente uma mulher com uma deformação na genitália, não faço idéia. E o quão marcante é a deformação pra ela, física ou psicologicamente? Só ela pra dizer. Por que então as periquitas felizes querem condenar a outra que não teve a mesma sorte delas? Ora, faça-me o favor. E as outras periquitas, igualmente prejudicadas, que não concordam com o procedimento?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Fala-se demais, mas considera-se de menos. Esse é um grande mal da humanidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Quando, a cada dois meses, encontro-me em frente ao espelho, besuntando a cabeleira de pigmentos (banhados em centenas de compostos potencialmente cancerígenos), porque não sei conviver com a alvice de alguns fios rebeldes, não me acho diferente das índias com argolas que esticam o pescoço. Não vejo diferença entre a mulher africana que aceita ter o seio diminuído com madeira quente e aquela que fica semanas convalescendo em função da violência de uma lipo. Me sinto a própria Yanomâmi pintando o corpo quando sento à penteadeira para me maquiar. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A beleza tem conceitos e aceitações que não passam por sentenças à exceção da própria que a governa. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">É o que eu acho mesmo.</span></div>
<br />Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-15634871156396193722012-10-25T11:21:00.001-02:002012-10-25T11:26:52.267-02:00sobre a ordem e os paradigmas femininos de ordemMulher não tem jeito. Defendi outro dia, na terapia, que as mulherzices saem no estrógeno. Os microgramas do hormônio ganham a corrente sanguínea e plim! Lá estão elas! "Não adianta, a gente tem essa mania ridícula de tomar tudo pra gente e sofrer horrores!', bradei indignada.<br />
Veja bem se não tenho razão.<br />
A mulher tem uma coisa de tomar pra si o cuidado com aquilo que a rodeia. A casa, o local de trabalho, o carro, os outros, enfim. De alguma maneira ela reflete em si mesma o estado das coisas e, por isso, cuida do que é externo como se lhe pertencesse. E, assim, o que a rodeia acaba, para ela e para os outros, espelhando o estado de espírito dela mesma. E... coitada, ó deus, coitada!<br />
Vejo isso muito na relação da mulher com a ordem da casa, e outras questões domésticas, enquanto questões complementares à figura feminina. Não apenas a personalidade, que obviamente determina como ela se relaciona com a própria casa, mais que isso, as variações do humor influem diretamente em como se dá essa relação em diferentes momentos.<br />
Exemplo pessoal.<br />
Não sou muito exigente com arrumação, até porque estou sem faxineira. Mas atualmente tenho percebido, provavelmente em função da indeterminação do momento pelo qual passo, como tenho sido mais rigorosa na arrumação. Faço as tarefas de acordo com meu tempo e humor, como é de praxe, mas atualmente tenho me esforçado além do normal ao colocar ordem nas coisas. Elejo a tarefa e me embrenho nela com determinação nipônica. Sapateiras arrumadíssimas, sapatos de couro lustradíssimos e devidamente hidratados com óleo mineral, gavetas e prateleira de roupas militarmente organizadas e perfumadas, cães cheirosíssimos, bancada da cozinha reluzente.<br />
Percebi também que adotei com meu corpo tal fetiche pela ordem. Minhas unhas nunca andaram tão nos trinques, nunca comprei tanto esmalte; cabelo hidratado, pele idem, depilação britanicamente executada, academia em dia, sobrancelhas milimetricamente feitas.<br />
É isso, compensação. A ordem aparente compensando a desordem interior. Depois acham ruim quando dizem que mulher é biruta.<br />
Tenho uma amiga que acha que uma boa faxina (se é que é possível uma faxina ser coisa boa) é excelente pra descarregar, desestressar. Minha sogra outro dia esfregava um pano de prato, mas parecia um gladiador com o leão. Minha vó, na minha infância, me lembro, sempre reclamava dos filhos distantes e da preguiça do meu avô enquanto cozinhava. Minha mãe e uma outra amiga arrumam a casa no dia anterior à ida da faxineira.<br />
Birutíssimas gente!<br />
Mas enfim. Quando as coisas começarem a dar certo, acho que vou dar uma relaxada, no bom sentido.Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-57777211878636830042012-09-18T13:50:00.000-03:002012-09-18T13:50:05.090-03:00toda nudez será explorada<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A condessa e seus peitos. Livres na belíssima Riviera Francesa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E daí, minha gente, e daí? Eram só peitos, felizes, a desfrutar do sol do Mediterrâneo... Mais um par dentre muitos outros que certamente já deram o ar da graça por lá.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas tá. Entendo. Não vamos ser simplistas. Gente é bicho muito estranho.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Dependendo da dona dos peitos, não sao só peitos, óbeveo. Eram o tilintar de milhares de euros, certeiros, nas contas bancárias dos fotógrafos e das revistinhas fofocóides. Eram os olhos de mihões de curiosos querendo ver os peitos reais. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E não adianta gritar "deixem a moça em paz". Desde a falácia do Direito Divino dos Reis a nobreza já era alvo da mais sórdida curiosidade pública. Duvido que Marie Antoinette e Louis XVI não eram espiados em suas disputadas esbórnias. E por quê não seria assim agora, época em que, conforme profetizou Andy Warhol, todos desfrutamos de alguns minutinhos de fama, graças à parafernália fotográfica que insistimos em carregar pra todo canto? Enfim, se nenhum mortal tem sossego, se não podemos respirar sem que venha um mala sacando a maquininha por perto, por que haveria de ter a condessa alguma paz?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">"Ah, que não ficasse de peito de fora então". Pô, peraí! Isso é sacanagem! Eva já morreu faz tempo! Só ela mesmo pra nascer com as malditas folhinhas de parreira costuradas nas partes pudendas. Que chatice, hein? Cada uma (e cada um) que faça o que quiser com seus respectivos peitos e adjacências!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Outra cafonice absurda é partir do pressuposto de que em se tratando de figura pública, a mídia toma pra si o poder de ser relatora do caso, conclamando o público a professar suas opiniões e proferir julgamentos. Ô saco! </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O que eu quero dizer é que nada tenho (temos) a ver com os peitos da condessa. Acho uma falta de respeito tosca publicar esse tipo de coisa sobre as particularidades alheias. Acho podre ficar que nem urubu, catando na net detalhes comezinhos da vida de gente famosa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E tem mais! Tem que ter peito mesmo pra colocar os peitos de fora assim! Uma coisa é posar, fazer ensaio, contar com os fotoshóps da vida, com produtores, luzes, truques e gigabytes de sobra pra que tudo fique perfeitamente publicável. Agora, pôr os peitos à prova da cruel luz do meio-dia, para o próprio deleite... é pra poucas, viu? É a comunhão máxima de uma mulher com o próprio corpo. A moça deu, mesmo sem saber, um tapinha de luvas à lá realeza, em qualquer plyboyzete siliconada, ávida por aclamação pública.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E que fique registrado: não vi os peitos, só ouvi as noticias sobre eles.</span></div>
<br />Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-3806770331707924872012-09-16T13:41:00.000-03:002012-09-16T13:41:31.445-03:00as dependências de empregada<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Assisti duas vezes a "The Help"(em português: Histórias Cruzadas). Fiquei duplamente maravilhada. Primeiro com a história em si, dada a coragem da moça que culminou na publicação do bombástico livro; segundo, obviamente, com a maestria das atrizes escaladas.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoyv-MboyDeSsfIJQ4b3VByO949hD2xUSOD8tMiEfAhWCeUTTcjXKmmzJsLWM_9xSG9XOfzt9NWxDxJx9rBAua4jEegzQxYA3xffwQM0puLxe4AHKYJfekrlZzn_pLIXXOwncnTBgbFoo/s1600/thehelp_aibileenandmaemobley_hd.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjoyv-MboyDeSsfIJQ4b3VByO949hD2xUSOD8tMiEfAhWCeUTTcjXKmmzJsLWM_9xSG9XOfzt9NWxDxJx9rBAua4jEegzQxYA3xffwQM0puLxe4AHKYJfekrlZzn_pLIXXOwncnTBgbFoo/s320/thehelp_aibileenandmaemobley_hd.jpg" width="320" /></span></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Enfim, óbvio que ficou impossível não traçar paralelos com nossa realidade doméstica pós-escravista pseudo igualitária. Veja bem, não é uma questão do racismo escancarado, mas do racismo impregnado e mimetizado nas pequenas ações do nosso cotidiano, desde que a primeira escrava adentrou a primeira casa grande brasileira. Falar sobre esse racismo é incômodo a muitos de nossos compatriotas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Fiquei perplexa ao analisar o paradoxal relacionamento que se estabeleceu entre patrões e suas escravas (vou me ater ao sexo feminino). Paralelamente à aversão européia ao negro africano, baseada em diferenças "raciais", convivia uma relação íntima e estreita de contemplação de necessidades diárias por parte delas. É absurda demais a relação. Elas eram instrumentos de conveniência que partilhavam de muito da vida doméstica da casa grande - eram amas de leite, lavavam as roupas, faziam a comida, ajudavam as senhoras a se vestir, a parir, a convalescer. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O absurdo é esse. Essas mulheres carregavam um duplo estigma - eram segregadas por serem escravas, e, por serem escravas, eram parte imprescindível da vida de seus opressores, daqueles que as colocaram nessa condição. </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmjVNGeQnaPHW43TUqkVUHwPA8w-1_1UXxY5SgcfySFrc-CdLD0D3PQmrsfoWsUJZMkZPfRfD8KDXPBj634HCLRjjiCEraYL8amzRRaRk1GA6RzylQN9EDiGjY54TpS6Fa2E5CsBzPjtk/s1600/ama.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmjVNGeQnaPHW43TUqkVUHwPA8w-1_1UXxY5SgcfySFrc-CdLD0D3PQmrsfoWsUJZMkZPfRfD8KDXPBj634HCLRjjiCEraYL8amzRRaRk1GA6RzylQN9EDiGjY54TpS6Fa2E5CsBzPjtk/s320/ama.jpg" width="192" /></span></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Desprezíveis mas imprescindíveis? Não é intrigante ver por esse aspecto? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A fala de uma das personagens que me despertou esse questionamento e que me fez trazê-lo para a atualidade foi: "Separated, but equal", que justificava a construção de um banheiro à parte para as empregadas da casa, do lado de fora da mesma. A personagem ressaltava tal necessidade baseada no "fato" de que os negros possuíam doenças diferentes dos brancos, tornando necessária tal separação a fim de proteger a saúde da família. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Taí o incômodo que me causou - lembrar das tenebrosas "dependências de empregada". Não me venha com "é diferente", porque não é não. Fui criada em famílias nas quais muitos se diziam não ser racistas, mas ambas impregnadas do mesmo racismo sutil a que me refiro. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Fato. As empregadas não comem na mesa conosco, possuem banheiros separados e geralmente utilizam talheres, pratos e copos separados dos de uso da família. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Me lembro do banheiro de empregada do apartamento antigo de classe média onde nasci: um cubículo com o chuveiro quase em cima do vaso. Pensei, claro, na persistência abominável dessas "dependências", mesmo nos projetos mais modernos de casas e aptos. Suas camas se espremem em quartinhos onde elas dividem seu sono com mantimentos e quinquilharias. Muitos "elevadores de serviço" ainda assombram prédios e ocupam espaço justificado na mentalidade de muita gente rude. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Me lembrei, entristecida, de uma ocasião. Eu era criança e minha avó, comovida pelo calor que fritava as formiguinhas que varriam a rua em frente à casa, resolveu levar água gelada pra elas. A ajudei a levar as garrafas e carregar os copos. Elas, sedentas, beberam agradecidas toda água que levamos. Quando retornamos à cozinha, coloquei os copos na pia para lavá-los, mas fui interrompida por minha avó : "Espera aí. Antes de lavar tem que jogar uma água quente antes." Ficou na minha cabeça a cena da água fervendo saindo do bule e escaldando os copos. E nunca concordei com aquela atitude, assim como o filme me fez lembrar que nunca aceitei também o banheiro, o elevador, o quarto separado.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Não tem água quente que lave esses conceitos seculares.</span></div>
<br />Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-18867119601121952342012-09-10T20:57:00.000-03:002012-09-10T20:57:02.668-03:00Sobre mulheres e liberdades<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sutiãs queimados e cá estamos nós, mais enlouquecidas do que nunca.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Numa das abas do meu navegador está a gloriosa <a href="http://juliapetit.com.br/category/tv-petiscos/">Julia Petit</a>, com preciosíssimas dicas de maquiagem e cabelo. Na outra, o jornal do dia. Na terceira, um blog de literatura. Na minha lista aqui à direita temos de Arte a Unhas, e pronto. Vide o mesmo ecletismo da minha estante de livros, minha gaveta de cds, meus elepês e o cesto de revistas do banheiro. Medicina e piano ainda farão parte da minha vida. A miscelânea sou eu.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Só não me venha com bebês. Já disse e repito.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Fui outro dia compelida a matutar sobre esse assunto por ocasião de uma redação no cursinho, que pedia pra abordar a questão da sobrecarga feminina. Esse papo de "ter que ser" mãe, esposa, filha, amante, amiga, meretriz, enfermeira, profissional, e ainda por cima, belíssima se for possível. Façam-me o favor. Esse papo não cola não. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Voltando aos sutiãs... Livres? Quem, filha, onde??? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Vamos estudar então, vamos trabalhar, vamos empinar os narizes e ocupar tudo! E fomos, e vamos. Para o alto e avante. Coitadas...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O negócio ficou feio quando não deu mais pra recusar algum papel, sob pena de ser esculachada, tachada de milhares de coisas pejorativas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O anticoncepcional, por exemplo, permitiu às coitadas postergarem um pouco a maternidade, em função de outras coisas, tipos carreira e tals. Mas cisma de dizer que num quer ser mãe não... As piores críticas virão de mulheres, pode crer. Homens também não economizam no levantar surpreso das sobrancelhas. Penduram no seu pescoço uma etiquetinha: "egoísta", "mulher-monstro".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Na outra ponta da linha, experimente ser mãe, tendo a maternidade como principal ocupação. Lá vem mais etiqueta. "Só mãe". "Acomodada".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E por aí vai, o cordão das coitadas só aumenta, de acordo com as escolhas. Poisé. Como assim, liberdade então? Se ao negarmos um ou outro papel, face à promessa de que podemos "ser tudo o que quisermos", damos a mão à palmatória da sociedade? Que liberdade é essa?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A realidade é que não é possível ser tudo isso e aquilo. Algo vai sair desconjuntado. O filho não vai ser criado direito, a carreira vai desgringolar, o marido vai embora na ventania, as noites de sono são pesadelo, o cabelo cai loucamente. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Outra verdade é que cumprir papéis socialmente preestabelecidos não rima com liberdade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Logo, queridas, esse papo de que ganhamos o mundo é pura mentirinha. Ganhamos o peso do mundo pra carregar sorrindo. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Assim como são raras as pessoas que realmente fazem o que querem, mais raras ainda são as mulheres livres de verdade. Conheço algumas, memoráveis. Fazem o que querem e são felizes assim, independentemente do que forem suas escolhas e das críticas que ouvem.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Têm elas uma beleza radiante e etérea. Bate um vento e lá estão elas em pleno domínio de suas liberdades.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Vou tentando ser assim, desde pequenininha. </span></div>
Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-26477012631751911702012-08-18T16:52:00.001-03:002012-08-18T16:52:36.225-03:00indigesto<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tenho dificuldade em aceitar muitas coisas, acho que todos nós nos inquietamos com o que nos parece torto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas muita coisa anda parecendo torta aqui nesse bananal. E logo, eu ando tendo muita dificuldade por aqui. (Bananal é a designação pra terra brasilis, de acordo com uma prima que há mais de vinte anos vive, feliz, no exterior).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O bananal tá difícil, muito difícil.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Difícil de aceitar, difícil de operar. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ontem tive ganas de não me meter a besta mais, e deixar de lado essa bobagem de assistir ao noticiário e consultar jornais várias vezes ao dia. Refleti e ainda estou refletindo sobre ônus e bônus de me manter informada / alienada. Só cheguei à conclusão de que ando sim, me mantendo bem chateada. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Doses diárias de chateação? Aperte o botão.Tem pra todos os paladares, com ampla gama de amargos, passados, mofados e azedos. Difícil de engolir. Azias? Na certa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Tudo errado, regado ao molho da infeliz normalidade. </span></div>
Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-11986849718273166332012-08-13T11:26:00.003-03:002012-08-13T11:26:50.167-03:00"Todo roubo e toda a indiferença"<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Semana passada foi-se embora um cordão de ouro com um coração que ganhei de paps quando fiz quize anos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Coisa que eu gosto (ou gostava, ainda não sei) é andar na rua. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Sentir o vento, ver as pessoas, as árvores, os passarinhos, ver a vida acontecer. Na rua a gente sente a vibe do mundo, qualquer que seja ele. A gente é livre quando caminha. Imprime ao caminho nosso ritmo, vê com os olhos que te habitam naquela hora, escuta os ruídos, as gentes, presencia os movimentos à nossa maneira. Quando caminhamos pela rua estamos no mundo, não no nosso, mas no mundo que está aí pra nós, com suas mudanças ou suas permanências. Enfim, adoro caminhar. É o momento em que mais reflito sobre o que for que estiver me apoquentando, e, consequentemente, também elaboro perguntas e respostas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Lindo, até então.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Nunca tinha sido roubada. Uma vez tive a mochila da Company roubada, por tê-la deixado no chão do Fiat 147 que mamãe tinha. Fiquei muito triste, mas não vi a cara do ladrão, tive essa sorte.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Mas dessa vez, o roubo foi cara a cara.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Uma voz na minha cabeça me disse (mesmo) que eu estava distraída. O vai e vem da região hospitalar me absorveu muito e também o sujeito estranho que estava à minha frente, com uma tornozeleira de presidiário (nunca tinha visto uma). As pessoas se desviavam dele, que andava a esmo, aparentemente se divertindo com as reações dos transeuntes a sua estranheza. Ele ficou prá trás, tomei o cuidado de apertar as passadas. Senti então uma mão no meu ombro. Esquisito. Não parecia ser alguém conhecido, pois era um jeito estranho de tocar no ombro. Quando me virei, vi um rosto masculino bem perto e senti seu dedo indicador na lateral do meu pescoço. Deslizou até encontrar a correntinha, que arrebentou facilmente. Com a outra mão, a aparou e colocou rapídamente no bolso da calça, se esqueirou entre mim e a banca de jornais, atravessou a rua como uma enguia por entre os carros e subiu correndo a avenida transversal, olhando pra trás.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Ele ouviu o "filhodaputa" que soltei, quando senti que aquele presente, caríssimo pra mim, se desprendeu irremediavelmente para sempre de meu pescoço. Não era o rapaz da tornozeleira. Era um rapaz comum, vestido como um jovem qualquer.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Chamei a polícia, que me atendeu no que pôde, mas que infelizmente não será capaz de reaver meu presente, quiçá meu gosto por caminhar pela rua.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">No boletim de ocorrência o campo "motivação do delito" foi preenchido com a vaga explicação: "dificuldade financeira/ cobiça". </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Olha, seu moço, é muito mais. Se tivéssemos um campo desse pra preenchermos com as motivações para todos os delitos dos quais o infeliz cidadão brasileiro é vítima toda hora, todo dia, teríamos longos textos anexos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Ao final destes, precisaríamos sempre citar o absurdo da lógica perversa de que "temos que nos adaptar e nos acostumar", porque ser desrespeitado é regra, não exceção.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Então dá licença, tô me retirando, embora o "retirar" se dê em parte apenas, pois não consigo me excluir totalmente dessa enganação injusta que é o Brasil. Se eu pudesse me retirar pra outra parte do mundo, como outrora fiz, picava a mula loguinho, pra não voltar nunca mais. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Tal qual Carlota Joaquina, batia os sapatos e não levava nem um pozinho desse solo amargo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Título retirado da canção "Perfeição" - Legião Urbana, vale lemrar.</span></div>
Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-8690455895023290522012-08-12T14:09:00.000-03:002012-08-12T14:09:17.095-03:00como aconselhar a um amigo<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ando bem requisitada nessa área.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">De desilusões, passando por recomeços, a términos e engodos afins. Tenho discursado a respeito de tanta coisa em ouvidos atentos e ansiosos por respostas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Meus caríssimos, atualmente, preenchem um amplo e variado espectro no que toca às querelas do romance, da aventura, das burrices, dos altos investimentos, dos comodismos, das construções e desconstruções, questionamentos então nem se fala!... Ufa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas sempre me pergunto se não estaria, eu mesma, borrachando, sabe?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Porque conselheiros não ganham ISO9000 e nem são site de compras, em que os clientes satisfeitos vão lá e te dão estrelinhas, com um feedback para os próximos que vierem.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Então? Como garantir a seus amigos o melhor dos conselhos? Isso sem precisar que assinem um termo que te libere de ser reponsabilizado por eventuais fracassos?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Fato é que só aconselho se for solicitada (já falei aqui e repito: conselho que não é solicitado é intromissão!). E ponto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Meu estilo de consultoria emocional é, de fato, diferente. Não me atrevo a lançar um: "Eu se fosse você faria xyz...". Ja-mais. A não ser, claro, se confrontada com a pergunta direta: "O que você faria no meu lugar?"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Gosto de ouvir, costumo falar pouco, e assim sendo, entendo o pedido pelo aconselhamento como uma chance de desabafo mesmo. E quantas vezes o desabafo, por si só, faz maravilhas? É interessante notar, quando a pessoa, ao verbalizar a querela acaba atentando para outros aspectos até então obscuros? Elas ouvindo a si mesmas se confrontam melhor com a coisa em questão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E é magnífica a oportunidade de ouvir, o que quer que seja. Reconheço com grande carinho os momentos em que eles pedem emprestados minha escuta e minha atenção.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Então talvez eu até me saia bem nas aconselhanças. Me ocorreu agora que minha mãe conta que o vô Juquinha dizia que "Deus te deu dois ouvidos e uma boca pra escutar mais do que falar."</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Faz sentido.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas coma verduras, sempre.</span></div>
<br />Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-32149280464597565722012-08-06T10:46:00.002-03:002012-08-06T10:46:33.751-03:00antes disso...Que preguiça o tal de Facebook...<br />
Que preguiça da "vida" virtual. <br />
É tudo tão vazio... a tela cheia de imagens, imagens, imagens... E só.<br />
Sou chata mesmo. Nada melhor que a vida lá fora. <br />
E tenho dito.<br />
Ô se tenho.Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-88830764034213064922012-08-02T07:20:00.002-03:002012-08-02T07:20:53.061-03:00por causa da mulher<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Peguei as propostas de redação da semana pra fazer em casa. A-do-rei quando vi que uma delas tinha um tema que já estava preparadinho pra virar post aqui: O papel da mulher no mundo contemporâneo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Difícil é passar na peneira uma farinha tão fina. E fazer virar vinte e poucas linhas manuscritas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">E pena não poder escancarar a opinião, coisa cabível aqui, apenas (sera?).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Voltarei em breve, dizendo que... elas também são machistas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Esse pano ainda vai dar manga.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Inté.</span></div>Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-11734876226671688142012-08-01T11:06:00.001-03:002012-08-01T11:06:12.238-03:00o apito<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Passados os dias que amanheceram e eu nao (hoje foi o teclado quem nao amanheceu, sorry...).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Enfim, findados os dias do incomodo. Nada resolvido, mas ainda assim, algo se resolveu. E miraculosamente sem terapia, agendada pra amanha, pois nao consegui matar as aulas de segunda pra chegar la. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Sei nao. Mas tem um aprendizado. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Escrevi no caderninho, segunda a noite, que parecia que tinha um apito de locomotiva na minha cabeca. Ja tnha ouvido aquele apito antes. A epopeia abaixo explicaria a imagem mental que fiz do aprendizado, e registrei assim (dois pontos)</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Ela estava de pe na estacao de trem e ouviu o apito soar estridentemente. Fez que ia sair correndo com a mala na mao, sobressaltada, quando um senhor, conhecido, mas nao sabia de onde, se levantou de um banco banco e se colocou a sua frente (dois pontos)</span></em></div>
<div style="text-align: justify;">
<em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">- Minha filha, nao corra, tenha calma.</span></em></div>
<div style="text-align: justify;">
<em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">- Mas o apito... o trem... a viagem... o tempo!</span></em></div>
<div style="text-align: justify;">
<em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">(A ansia!)</span></em></div>
<div style="text-align: justify;">
<em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">- Voce diz que ouve este apito, e talvez ouca mesmo, repetitivo, nitido, alto, incomodo.</span></em></div>
<div style="text-align: justify;">
<em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">- Sim, eu ouco! Poisintao!</span></em></div>
<div style="text-align: justify;">
<em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">- Lembre-se de quantas vezes, ao menor ruido desse apito voce saiu desesperada pra pular no vagao. E o vagao nem era o seu! Outras em que voce nao terminou de arrumar as malas mas assim mesmo foi, amargando a falta de coisas que largou pra tras. Em outras, caiu, machucou, sua mala abriu e voce ficou ali, esparramada no chao da estacao enquanto o trem partia! Certa feita, era o apito do trem errado, antes do seu, mas, temendo ficar por aqui, temendo o que ia lhe acontecer, temendo a espera, voce foi. E chegou em outro destino. E assim tem sido!</span></em></div>
<div style="text-align: justify;">
<em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">(Os erros!)</span></em></div>
<div style="text-align: justify;">
<em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">- Mas, o tempo! O apito!</span></em></div>
<div style="text-align: justify;">
<em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">- Minha filha, quando e que voce vai aprender...</span></em></div>
<div style="text-align: justify;">
<em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">- Agora seria bom... estou cansada disso! Veja os meus joelhos ralados! Veja os meus farrapos, minha mala por demais pesada! Quantos bilhetes ja comprei sem que tivesse chegado ao meu destino!</span></em></div>
<div style="text-align: justify;">
<em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">(Mas, e o apito!)</span></em></div>
<div style="text-align: justify;">
<em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">- Sente-se aqui, se recomponha. Ouca atentamente que nao ha apito. Apenas o som das pessoas subindo e descendo dos vagoes, da estacao, o barulho das locomotivas que chegam e saem. Nao ha apito. </span></em></div>
<div style="text-align: justify;">
<em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">- Sim, nao ha.</span></em></div>
<div style="text-align: justify;">
<em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">- Quando o apito do seu trem soar, ai sim, voce ira ouvi-lo. Entao pare e ouca, atentamente. Voce nao ira perder o trem por esperar, mas ira perde-lo se se precipitar novamente.</span></em></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">E assim foi. E assim fui.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O tempo e precioso pra gente ficar sempre repetindo as mesmas bobagens. Mas parece que e preciso reconhecer nossa infinita capacidade de repeti-las e se dar conta disso. E algo dificil e desconfortavel de realizar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Vou ali correr, depois almocar, depois aula. Ate o dia em que o pito soar.</span></div>Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-6107081500035472662012-07-30T10:31:00.001-03:002012-07-30T10:33:35.474-03:00a descontinuação<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Poisintão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O segundo semestre começou, mas eu não.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O dia amanheceu e eu ainda não.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Tipo, o barco partiu comigo dentro, mas ainda não calcei os sapatos, quiçá fiz as malas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Precisa de mais exemplos?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Sei não, mas tô indo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Ainda bem que a terapeuta me aceitou hoje e não vou precisar esperar até quarta.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Que manhã comprida, meu deus!</span></div>Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-33792457527058809782012-07-24T13:25:00.000-03:002012-07-24T13:25:09.862-03:00pra não ficar que nem ocê<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Me abana, porque foi essa resposta que dei a uma pessoa que veio me dizer, num humor sarcástico-venenoso: "Mas cê tá estudando demais, devia estudar menos, pra quê estudar desse tanto?"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">ESTUDAR MENOS!!!!! Veja bem... Pense bem nisso...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Como se você estivesse pelejando pra emagrecer, por exemplo, e eu mandasse: "quê isso, dá uma folga, não faz mal um brigadeirozinho..." Cara, isso é veneno puro, ainda que acompanhado da vil desculpa de que "estou pensando no seu bem, pois gosto muito de você". </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Me convenço cada vez mais que amar é pretexto pra cada coisa...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Nessa minha empreitada, já ouvi de tudo, e por isso ando me blindando. As piores, ou mais cruéis observações, claro, foram disparadas por aqueles que mais me são caros.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">"Você podia aproveitar que está fazendo estudando e fazer um concurso"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">"Por que você não tenta outra coisa?"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">"Não se esqueça, se não der certo, estou aqui, pro que você precisar"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">"Por que você não faz uns bicos?"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">E, claro, não dá (ou, leia-se que eu sou uma plasta mesmo) pra responder a essas marmotas: "Por que vocês não ficam calados? Ajudariam mais assim."</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Mas essa daí, do título, saiu espontaneamente. Não me orgulho dessas reações não, até porque, conhecendo meu gado, antevi e se confirmaram as repercussões. Fui ridicularizada assim que virei as costas. Normal. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Mas ó, que se dane. </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">A gente não mexe com quem está quieto. E conselho, se não for solicitado, é intromissão. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Sou do tipo diplomático, que pensa muito antes de falar, não gosto de polemizar e evito conflitos a todo custo. Mas ao que me parece, a vibe do saco cheio se instalou. Foi enchendo, desde criancinha. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">O que senti, depois que disparei isso, foi como se tivesse vomitado. As palavras pularam da minha boca, tão logo meus ouvidos detectaram a baboseira. E... "paf!" acertaram em cheio no feridão. Deve ter doído.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Ô se deve.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Poisintão. Deixo aqui algumas palavras de Contardo Calligaris, à Folha do dia 12/07("<i>Os outros que ajudam (ou não)"</i>), que refletem bem essa pendenga:</span></div>
<br />
<div style="font-size: 14px; line-height: 18px; text-align: justify;">
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">"(...) Por que os próximos da gente, na hora em que um reforço positivo seria bem-vindo, preferem nos encorajar a trair nossas próprias intenções?</span></i></div>
<div style="font-size: 14px; line-height: 18px; text-align: justify;">
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Há duas hipóteses. Uma é que eles tenham (ou tenham tido) propósitos parecidos com os nossos, mas fracassados; produzindo nosso malogro, eles encontrariam uma reconfortante explicação pelo seu.</span></i></div>
<div style="font-size: 14px; line-height: 18px; text-align: justify;">
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Outra, aparentemente mais nobre, diz que é porque eles nos amam e, portanto, querem ser nossa exceção, ou seja, querem ser aqueles que nós amamos mais do que nossa própria decisão de mudar. Como disse Voltaire, "Que Deus me proteja dos meus amigos. Dos inimigos, cuido eu"."</span></i></div>
<div style="font-size: 14px; line-height: 18px; text-align: justify;">
<i><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></i></div>Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-75034103126477643962012-07-12T11:59:00.000-03:002012-07-12T11:59:03.290-03:00"(...) a gente cai sempre (...)"<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Férias.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Estava assistindo agora há pouco o Saia Justa, cuja pauta era... piriguetes.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Tentavam desvendar, analisar, entender os porquês do "movimento". Achei interessante, porque pareceu uma análise de uma nova descoberta, mas daquelas que trazem mais questionamentos que respostas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Concordo com Xico Sá, que disse que elas sempre existiram. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Lembrei de um artigo de Mona Chollet, na Le Monde do mês passado: "As mães e as putas estão de volta". Ela falava que na impossibilidade, ou na dificuldade de vencerem na vida por meio da batalha diária que mistura intelecto e brigas de foice no mercado de trabalho, muitas mulheres recorrem às mais primitivas ocupações: simplesmente como mães ou como prostitutas. Ela fala da sedução e da maternidade enquanto dons inatos da natureza feminina, apresentando-se em muitos redutos como alternativas que tragam realização pessoal. (Qualquer semelhança com Bruna Surfistinha e a alta natalidade em favelas não é mera coincidência então).</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Mas peraí, sem julgamentos de propósitos, não vim aqui pra isso, ok? Cada um (ou uma) é feliz do jeito que quiser e pronto. Não tenho nada com isso, nem você.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">É nessa lógica que queria também discutir piriguetismo... Enquanto ferramenta feminina.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Fato é que mulher consegue o que quer. Não restam dúvidas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Outro fato, muito confirmado, é que "homem tá difícil" (mas não quero entrar na discussão deste tópico específico). Porque, peraí, não dá pra discutir piriguetes sem discutir relacionamentos. Ou você acha que o aumento da piriguetagem varia proporcionalmente ao quadrado do desmatamento e inversamente propocional à crise das bolsas européias? Que nada.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">O que vejo, na verdade, é mais uma das macaquices femininas pra... adivinhem? Conseguirem o que querem! Atire o primeiro sutiã quem discordar de que mulheres são exímias nas artes do disfarce, da dissimulação, do bote, da camuflagem, das teias, emboscadas, etc etc etc. Mulheres são autoras das mais engenhosas farsas, sejam visuais (aquela bunda é obra da calça) ou sejam comportamentais (Maria Madalena ou Lilith?). Tudo isso pra chegar onde desejam loucamente, seja festa de casamento, gravidez, promoção, cruzeiro, free shop ou decoração nova pra sala. E, obviamente, isso não seria diferente se o assunto é arrumar um bofe pra chamar de dela.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Mulheres são virtuosas em afirmar não querer aquilo que mais desejam, da maneira mais convincente possível. Então, homens, (tolinhos!), acreditam mesmo que aquela moça de família fantasiada de pinup só que sexo, só quer diversão, não quer nada sério. Eles acreditam nisso!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Eles vão atrás daquele mar de silicone, se embrenham na chapinha, acreditando que estão no controle da situação.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Enfim, acho mesmo, à revelia de qualquer feminista de plantão, que elas atraem a presa com a promessa de infinitos e fantásticos momentos eróticos enquanto afirmam: "Não quero nada sério".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">A sapiência de Freud afirmou que "Entre o sim e o não de uma mulher eu não atreveria a espetar um alfinete". Você arrisca?</span></div>
<br />
<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Assistam à reprise do programa se discordarem, e pasmem ao ouvir o depoimento de Xico Sá, que desabafou, pois havia "perdido"uma piriguete, e bem... assistam!</span></div>
<div>
<br /></div>Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-41593347193814183762012-07-09T22:02:00.003-03:002012-07-09T22:02:53.836-03:00um show<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Estávamos assistindo um documentário no Globonews sobre Jorge Ben, quando, em um dos shows mostrados (1982), ele chamava Gal ao palco. Ficou claro logo de cara o improviso do momento.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Ela se levanta da platéia e sobe, sorridente. Linda, cabeluda, com uma roupa simplérrima, e deslumbrantemente sensual.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">É, tinha algo mesmo que irradiava sensualidade nela, nos trejeitos, na fala, no canto absolutamente improvisado. A autoconfiança, a alegria, a espontaneidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">E não tinha mesmo como não se maravilhar com a cena. Era uma coisa naturalmente magnética. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Era isso, pensei.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Rodrigo brincou, dizendo:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">"Naquela época tudo era muito doido". </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Sim, devia ter mesmo uma liberdade meio maluca no ar, mas talvez não fosse só isso...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Acho mesmo que tudo, incluindo - paradoxalmente - os espetáculos, tinham muito de simplicidade. E isso me deixa maravilhada, mesmo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Eram poucos os equipamentos, as maquiagens, e quase desconhecidos os truques de imagem e som que hoje banham nossos sentidos, ao ponto do entorpecimento enjoativo. Mas eram shows de talentos de verdade. Esse era o propósito do show. Óbvio, mas esquecido, não?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Nossos olhos andam muito acostumados ao HD e afins, mas tanto, que cenas assim nos despertam de alguma forma.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Parece que chegamos àquele ponto grotesco das ficções científicas em que os personagens do futuro não reconhecem o que não for artificial, da comida à comunicação, se é que me entendem...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Tente imaginar uma mulher linda: sem silicone, sem lipo, sem "aplicações", sem toneladas de rímel, sem "definitiva", sem luzes, sem grifes pra estampar. Ela não é produto de indústria nenhuma, não é garota propaganda de nada. Ela existe sim, mas em poucos recantos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Agora reflita: Quem é ela? Está na capa de alguma revista? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Então. Somos capazes ainda de reconhecer a beleza? Será?</span></div>Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-64910729746763448722012-06-04T19:34:00.002-03:002012-06-04T19:35:26.602-03:00pra você<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O que dizer em tão poucos minutos?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Não que me falte assunto, desabafo ou qualquer testemunho.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Queria reclamar do trânsito, da poluição, da internet, da política, da ansiedade, da espera, das incertezas...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS;">Queria poder destilar tanta coisa que passa nas minhas ideias.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS;">Mas não dá tempo, infelizmente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Então resolvi te dar umas palavrinhas de presente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Você, ao lado de quem acordei hoje.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Como eu te amo!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS;">Nada tem mais valor pra mim do que seu carinho, sua presença, seu companheirismo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS;">Te amo muito, um tantão. E pra sempre.</span></div>
<br />Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-21941581743712742392012-01-18T13:00:00.001-02:002012-01-18T13:02:21.488-02:00sobre saltos e o saltar<div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">A vida não nos traz certezas. Chamamos de certeza o que nos traz segurança. Mas não há certezas.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Outro dia assisti um pedacinho de um espetáculo do Cirque du Soleil em que o rapaz, apoiado na corda bamba, dava piruetas no ar e caía lindamente de pé sobre a corda bamba. Eu, que morro de medo de altura, sentia arrepios pela possível queda, pelo desequilíbrio, pela vertigem.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">E pensei comigo que antes de executar aquele movimento mágico, com certeza ele caiu centenas de vezes. E que com o tempo passou a cair menos, até chegar a cair muito pouco, ou cair apenas em dias ruins de ensaio. Mas imagino que a cada salto desde o início ele esteve cara a cara com o medo de cair e suas consequências: machucar-se, sentir vergonha, questionar suas habilidades e a escolha de seguir aquela carreira, de não ter ouvido conselhos sobre ser funcionário público (ou qualquer outra coisa) ao invés daquilo e por aí vai...</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Mas é muito certo, muito mesmo, que por mais habilidoso que fosse, ele caiu e sentiu medo muitas vezes. E ouviu de tudo nesse meio tempo, vindo dos mais distantes até das pessoas que ele mais ama.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Mas ele seguiu com perseverança, até que ali estava ele, em pleno espetáculo, dono de seus pés, de seus movimentos, dono de si...</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Porque comecei a perceber que quem não é dono de si é dono de muitas outras coisas... do medo, da preguiça, do comodismo, da baixa auto-estima, da descrença, mas principalmente de um futuro menos... sei lá... menos.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Assim, passei a crer que ter menos da vida é um desperdício, um absurdo, uma tristeza só. E que mesmo estando ainda na insistência de pelejar até não mais cair um dia, até mirar a corda com os pés certeiros e acertar o salto, já ganhei muito da vida. Muito mais do que se tivesse me enfiado nas pequenas certezas que me protegiam dos desafios e do medo de saltar.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">O filme <i>Invencible</i> recentemente me encantou pelo significado: é a história real de um rapaz de 30 anos, habilidoso no futebol americano, mas que sequer tinha praticado este esporte na universidade, e se graduou como professor de literatura. Entre muitos apertos financeiros, surge a oportunidade de ingressar num time através de exaustivas provas físicas. Para frisar: atletas não costumam iniciar numa modalidade aos 30 anos, muito menos se não tiverem integrado os competitivos times universitários americanos. Ele se deparava a todo momento com o fato de ser "fora de hora", mas também com o vislumbre de seu sonho e com a aterradora realidade que o engolia. E um dia, se preparando para a seleção, volta pra casa exausto após horas de corrida. Ao entrar ofegante e desesperançoso pela sala de seu apartamento no subúrbio, ele se depara com as paredes descascando, com a falta de móveis e com a aura triste daquele lugar. Ainda ofegante, ele faz meia-volta, bate a porta e retoma a corrida. </span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">O fim do filme não vou contar, mas é fantástico (<a href="http://www.imdb.com/title/tt0445990/">http://www.imdb.com/title/tt0445990/</a>) </span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Fiquei refletindo maravilhada, enfim: o que é realmente difícil? Onde ele iria chegar sentindo pena de si mesmo por seu cansaço e pela dificuldade de sua situação?</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">No início chorei quando caí, chorei muito porque era difícil tentar, penoso perceber a descrença de alguns e às vezes vinda de mim mesma. </span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><br />
</div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">A primeira chamada veio agora, sem meu nome. Mas na verdade a coisa não acabou, está começando. Estou aguardando as próximas chamadas. É possível que meu nome esteja em uma delas.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><br />
</div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">Se eu tenho medo? Sim. Mas tenho muito mais em minha vida além do medo.</span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">"Não há vencedor que não tenha sofrido", um professor disse no final exaustivo do ano passado. </span></div><div style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: small;">E isso é uma verdade.</span></div>Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-42551408275787641792012-01-07T11:50:00.001-02:002012-01-07T11:51:30.639-02:00anedotas pela estrada afora<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Ontem almoçamos num restaurante na beira da estrada.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Passaram em fila indiana carros com o ministro, jornalistas e afins.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Imaginávamos que eram os dois ministros, mas lemos no jornal que era um só, o dos transportes.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">E diante tantos trancos e barrancos rolando morro abaixo, refleti que a Dilma deveria nomear aquele pernambucano, que não visitou nossas estradas, Ministro de Pernambuco. Ou na impossibilidade de estabelecer um ministro por estado, deveria mandá-lo de volta ao Pernambuco que o pariu. </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Hoje, viajando de carro, passamos por um paredão que tinha um pedrão imenso rachado, descolando do paredão, quase caindo na estrada.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">- Ó, a pedra rachou, nunca vi isso.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">- É, nem eu, mas acho que a coisa é assim. Água mole em pedra dura tanto bate até que a estrada cai.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Sim, e ministro mole em presidente dura tanto bate até que começa o ano tomando pedala robinho.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Enfim, se ela precisar de uma vala, um barranco, uma lama pra despachar os sinistros ministros, podemos ajudar. Minas ia adorar ver rolar morro abaixo uns sujeitinhos lá de Brasília.</span></div>Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-79611467151708377912011-11-10T18:23:00.000-02:002011-11-10T18:23:52.732-02:00Mamãe eu quero ser preso político<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Mamãe, eu ando tentando</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Me vê aí uma ideologia, que essa aqui tá vazia e não cola </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Sabe aquele pessoal de 68? Então...</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Polícia para quem precisa, mas pra mim não</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Porque sou aquela burguesia (que fede)</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Que se acha dona do pedaço, dos pedaços</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Aprendi cedo que o cliente tem sempre razão</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">E, sim, mamãe, você me criou como cliente</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Que esperneia sempre que é contrariado</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Eu acho bonito sair nos jornais algemado</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Parece até aquele pessoal de 68</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Mas minhas idéias não correspondem aos fatos</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Até visto umas camisetas do che</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Mas da história de Cuba, só sei o clichê</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Armei aquele levante, gritei, pichei, vibrei quando tiraram minhas fotos</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Tirei centenas com o meu iPod</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Vou colocar no meu face</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O meu brinquedo de star</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Mas você veio pagar a fiança!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Ah, não, mãe!</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSLC52IAHmCm5TjGyuKFAD2_dsL5TZlV-KyNZjlBmqhEnzRF69YA20XX0RiWR7kEMHy3CZAMzgNO8Kol6fuCLBpfyhSnxHhzptfyefLvPS5brXHL-R9lep4vV7E6DrfDmNUI2forfHBJs/s1600/fotosp.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="244" ida="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSLC52IAHmCm5TjGyuKFAD2_dsL5TZlV-KyNZjlBmqhEnzRF69YA20XX0RiWR7kEMHy3CZAMzgNO8Kol6fuCLBpfyhSnxHhzptfyefLvPS5brXHL-R9lep4vV7E6DrfDmNUI2forfHBJs/s320/fotosp.bmp" width="320" /></a></div>Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-39873015272589930512011-10-19T08:27:00.000-02:002011-10-19T08:27:34.252-02:00como eu me sinto?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD8I6Gq4B0LV8Czy-tOVsG_U309xMs03X0ciGzjj1ih9Un7Eb9NMah0fHK1PAIrwzzVsiY6p9P63CuAiW_LeJRQEeCzkWPpeYSnKXb6m4oIL-nUAFUusPxALFhwdBQ5labnAbevr3_9j4/s1600/jump.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" rda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD8I6Gq4B0LV8Czy-tOVsG_U309xMs03X0ciGzjj1ih9Un7Eb9NMah0fHK1PAIrwzzVsiY6p9P63CuAiW_LeJRQEeCzkWPpeYSnKXb6m4oIL-nUAFUusPxALFhwdBQ5labnAbevr3_9j4/s1600/jump.bmp" /></a></div><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Acho que me resta confiar no pára-quedas.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS;">:)</span>Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-49345560286852051082011-09-30T08:40:00.000-03:002011-09-30T08:40:39.606-03:00Facebook<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Minha saída acontecerá em breve.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Abri aquele Facebook agora pela manhã. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">E nada de novo havia, como sempre. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Na escala decrescente da qualidade do que se lê e vê naquela página de atualizações: correntes estúpidas, afirmações idiotas, auto-ajuda cibernética, comentários absolutamente desnecessários (o que fiz, comi, vi, o que me impressionou, o que me emputeceu...). E por fim, fotos que se exibem sem pedir licença. Conteúdo que eu não gostaria de ter visto, jamais. Coisas inúteis que se amontoam na minha tela, que nada acrescentam de bom.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">E depois se reclama de falta de tempo para o que é importante...</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Além do mais, ninguém quer "compartilhar" nada. Só o que querem é um exercício narcisístico de afirmarem o que têm feito, passado, lido, sentido. Só o que esperam é ter seu comentário comentado por alguém. O ápice da solidão e da carência modernas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Me mantive nessa rede com o propósito de manter contato, principalmente, com quem está longe. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Mas o email ainda existe e persiste, firme e absoluto. Aquele com "De" e "Para", bem definidos, pessoais e intransferíveis. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Essa mecânica atual de "relacionamentos", essa rede "social" não me serve.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">E assim será pra mim.</span></div>Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-59768535824756100412011-09-23T08:36:00.001-03:002011-09-23T08:47:01.515-03:00Bill, Sue e as malas<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Bill e Sue vieram passar 4 dias conosco. Ficariam aqui em Ouro Preto, depois seguiriam para o congresso em Búzios e depois para Galápagos. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Bill é o ex-chefe do Rodrigo, da Austrália. Sue, a esposa dele. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">São um "lovely" casal, como diriam por lá. Estão na faixa dos 60 anos; são muito cultos, inteligentes, viajados, pessoas interessantísssimas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Chegaram no Rio no dia anterior à vinda para cá. Ligaram pra gente do aeroporto, contando que suas malas não tinham vindo. A cia aérea, lá em Sydney, não embarcou as bagagens deles. Colocaram o Rodrigo em contato com a TAM para combinarem de entrega-las em Ouro Preto dali a dois dias. Disseram que tinham algumas coisas nas malinhas de mão. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Menos mau, né? Pelo menos a escova de dentes...</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Só conseguia pensar: Que chato isso, viajar por tantas horas e não ter uma roupa pra trocar, não ter suas coisas. Sempre me senti assim em relação ao que carrego comigo em viagens. Ao chegar num lugar estranho, aquilo ali vai te dar um conforto. Ter suas roupas limpas, sua toalha, seus cheiros, seu pijama. A sensação de que está tudo em ordem, enfim. </span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Organizamos a casa na véspera. Compramos goiabada cascão, doce de leite, castanhas-do-Pará, chás no Mercado Central, queijo minas frescal e outro meia-cura, dois tipos de manga, mamão, abacaxi; e , claro, nos certificamos de que havia pão-de-queijo suficiente (caseiro,tá? Peloamordedeus).</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">A visita foi maravilhosa. Há dois anos não os via. Que maravilha ter a oportunidade de conversar com eles novamente! Como são cultos; como conhecem o mundo, as coisas, os livros, as plantas (inclusive as do meu quintal!), como se interessam por tudo, querem experimentar tudo, ouvir, ver, conhecer (tinham lido, antes da viagem, a história da vinda de D João com a corte e também sobre Tiradentes).</span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Não fazem pré-julgamento de nada, como olham as coisas com a mente aberta, como ficam maravilhados com tudo. O mamão era "lovely!", a goiabada "wonderful!", as mangas e seus sabores distintos, "surprising!". </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">E sempre, sempre, têm uma história interessante pra contar.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Mas as malas não chegaram conforme prometido. A TAM se comprometeu a entregá-las em Búzios. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Mais alguns dias com as mesmas roupas, pensei, que transtorno.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Mas aí eu olhava o Bill, com sua calça cáqui, e sua camisa social com um furo debaixo do braço, descalço; sentado na nossa varanda, observando o quintal e achando lindo poder ver montanhas em volta e ouvir pássaros diferentes. Perguntava sobre a pedra São Tomé que reveste o chão, sobre a construção do vizinho, sobre os portugueses. Eram ele puritanos como os ingleses, no relacionamento com os colonos e escravos?</span><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Comecei a perceber que estava mais preocupada do que eles a respeito das malas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Enquanto a Sue descansava tranquila no sofá, comentei que se estivesse em seu lugar, estaria realmente chateada por não ter minhas coisas. A resposta foi... "surprising":</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">"Na verdade... não tinha nada muito importante na mala. Só iria me fazer falta a minha roupa de mergulho. Não queria chegar em Galápagos sem ela, pois a água é muito fria e eu não poderia mergulhar."</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Acho que estou refletindo até hoje sobre isso.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O que há de mais importante na mala que a gente carrega? </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Pra que serve a tola sensação de preciosismo, o receio de usar o mesmo par de meias por vários dias?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O que é de fato importante na viagem? O que te veste ou aquilo do que você se despe?</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-52812797087416737712011-09-20T19:35:00.002-03:002011-09-20T19:41:20.253-03:00o sistema devia cair<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Tudo começou com o ferro de passar e sua garantia extendida. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Logo após me revoltar com a duração curtíssima dos eletrodomésticos, vi-brei quando descobri que ainda estava na garantia.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Levei o ferro na loja. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Não, não é assim. Liga no "Atendimento" (essa palavra me causa petéquias), explica o sisnistro, pega uma senha e volta aqui pra fazermos a troca. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Ferro na mochila, volto com ele pra casa.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">30 minutos, três atendentes, cinco repetições do CPF, endereço, estado civil (relevante???) ... e então consigo uma senha cabalística de 21 DÍGITOS e uma outra de 6.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Pronto, é só ir à loja com esses números e trocar por um ferro novo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Assim sendo...</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Vendedor1: É troca? Fala ali com o gerente. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Gerente: O quê, é so troca? Qualquer vendedor lá embaixo pode fazer isso pra você.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Vendedor2: Num sei fazer isso nesse sistema novo não.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Gerente: Fala ali com a fulana que ela te ajuda.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Fulana solícita, graças aos céus...</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Mas o sistema era novo, ninguém sabia direito as telas, onde colocar os números, que números eram aqueles... </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Me distraí com uma das tvs gigantes na parede, que mostrava uma imagem irritantemente nítida de um grupo de garças à beira de um rio no Pantanal. Que inveja das garças. Sem números, protocolos nem ferros de passar.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Vendedor2: vou na outra loja e chamar a Fulaninha pra me ajudar, ela sabe melhor desse sistema.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Li a tela onde elas pelejavam. Só pensava em pegar o ferro do mostruário e falar pra eles se virarem com o resto da burocracia.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Chega a fulaninha, que não acrescenta muito, além da boa vontade em conferir os números e digitá-los novamente.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Vamos ligar no "Atendimento" pra conferir. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Petéquias afloraram vermelhinhas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Meus dados pessoais e o engodo dos números malditos viajaram kilômetros na fibra ótica e nos cubículos de ao menos meia dúzia de atendentes; além de ocupar consideráveis minutos do dia de vários trabalhadores da loja, que deixavam seus clientes pra desatar aquele nó.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Todos culpavam o sistema novo. Não tiveram treinamento suficiente, estão tendo que aprender na marra, etc.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Pausa.</span></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Já trabalhei com treinamento e suporte de software. Essa conversa é fiadíssima. Fato é que ninguém quer que o sistema mude. Ninguém gosta de ter sua ferramenta de trabalho alterada. E pra fazer pirraça, não prestam atenção ao treinamento, acham que na hora conseguem se virar. Mas na hora h, a culpa é do sistema, do treinamento, da rede... E claro, o anterior, ainda que fosse um lixo, sempre será melhor que o novo. Parecia que eu tava revendo um trailer de um filme antigo.</span></em></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Voltando</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Vem o gerente e faz política: Olha, me desculpe, mas essa é a primeira troca que estamos fazendo com o sistema novo, viu ?! </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">E nem pra vocês me darem um prêmio por ser a cobaia, pensei comigo...</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Vem outro vendedor que desiste e depois outro.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Até que eu ouvi que não ia ter jeito, que o sistema não registrou, que a senha que me deram era inválida e que eu receberia um reembolso da empresa da garantia.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Não não. Não quero reembolso. Tenho o direito de levar um ferro novo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Tensão...</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">A fulana respira fundo. Vamos tentar mais uma vez.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Tá, mas deixe eu falar com a atendente. Peguei o fone.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Quero a senha, está faltando uma senha aqui. A que me deram mais cedo tava errada.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Ah, senha? Sim, anote aí.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Não, eu não havia trocado 3 por 6. Era um número completamente diferente.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">A fulana comemora radiante: Ah! Deu certo! Era a senha! ...</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">E me dá um abraço!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Ah, Natália, que bom! Coitada de você, esperando por tanto tempo!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Meu sorriso de consumidora surpresa e aliviada...</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Mais uma peleja de 15 minutos pra registrar que fiz a troca. E mais um vendedor pra ajudar com as medonhas telas azuis. Sim, pois o que atrapalhava agora, descobrimos (comigo ajudando), era que o nome da rua é Ipê e não Ype. Aí travava tudo. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Devia ter explicado que era nome de árvore e não de detergente?</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Olha, podemos repensar esses sistemas e voltar a anotar no papel de pão?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">É tão frustrante toda a complicação que as facilidades modernas trouxeram às nossas vidas...</span></div>Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4555069601413541621.post-46025794097745095072011-09-12T10:18:00.001-03:002011-09-12T10:19:52.674-03:00se existe um fim<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Olhei pela janela do quarto andar ontem e me senti mal.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O céu, famoso por abrigar tantas coisas, de deuses a satélites, mostrava algo medonho.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Aconteceu.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Não era a cauda flamejante de um meteoro, nem luzes de discos voadores, nem anjos com suas trombetas e bundas de fora, nem aviões, nem o exército, nem o salvador, nem o ditador.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Se há um fim, me certifico de que será a simples impossibilidade biológica de existir.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O azul tinha virado cinza. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Meu deus, aconteceu.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">O ar virou veneno.</span></div>Nathttp://www.blogger.com/profile/02814155228755149266noreply@blogger.com1