domingo, 12 de agosto de 2012

como aconselhar a um amigo

Ando bem requisitada nessa área.
De desilusões, passando por recomeços, a términos e engodos afins. Tenho discursado a respeito de tanta coisa em ouvidos atentos e ansiosos por respostas.
Meus caríssimos, atualmente, preenchem um amplo e variado espectro no que toca às querelas do romance, da aventura, das burrices, dos altos investimentos, dos comodismos, das construções e desconstruções, questionamentos então nem se fala!... Ufa.
Mas sempre me pergunto se não estaria, eu mesma, borrachando, sabe?
Porque conselheiros não ganham ISO9000 e nem são site de compras, em que os clientes satisfeitos vão lá e te dão estrelinhas, com um feedback para os próximos que vierem.
Então? Como garantir a seus amigos o melhor dos conselhos? Isso sem precisar que assinem um termo que te libere de ser reponsabilizado por eventuais fracassos?
Fato é que só aconselho se for solicitada (já falei aqui e repito: conselho que não é solicitado é intromissão!). E ponto.
Meu estilo de consultoria emocional é, de fato, diferente. Não me atrevo a lançar um: "Eu se fosse você faria xyz...". Ja-mais. A não ser, claro, se confrontada com a pergunta direta: "O que você faria no meu lugar?"
Gosto de ouvir, costumo falar pouco, e assim sendo, entendo o pedido pelo aconselhamento como uma chance de desabafo mesmo. E quantas vezes o desabafo, por si só, faz maravilhas? É interessante notar, quando a pessoa, ao verbalizar a querela acaba atentando para outros aspectos até então obscuros? Elas ouvindo a si mesmas se confrontam melhor com a coisa em questão.
E é magnífica a oportunidade de ouvir, o que quer que seja. Reconheço com grande carinho os momentos em que eles pedem emprestados minha escuta e minha atenção.
Então talvez eu até me saia bem nas aconselhanças. Me ocorreu agora que minha mãe conta que o vô Juquinha dizia que "Deus te deu dois ouvidos e uma boca pra escutar mais do que falar."
Faz sentido.
Mas coma verduras, sempre.

Um comentário:

Leonardo disse...

Um estudo mostrou que as pessoas que falam dos seus problemas se setem melhor depois, mas não vêem uma melhora no problema, enquanto que pessoas que escrevem sobre o problema acabam o resolvendo mais vezes.