quarta-feira, 1 de setembro de 2010

"Se Deus quiser, um dia eu quero ser índio..."

tava aqui estudando e apareceu essa pesquisa feita em SP.
Simplificando...
A poeira que se acumula dentro de casa contém dezenas de substâncias tóxicas, causadoras de diversas mazelas à nossa saúde. Das mais simples (alergias) às mais escabrosas (câncer, infertilidade).
Aí eu reflito...
Nossa condição humanóide urbanóide é assutadoramente artificial.
Criaram-se conveniências ao nosso dia-a-dia, tais como os citados na pesquisa: desinfetantes, dedetizadores, plásticos mil, combustíveis; com os quais dividimos, meio desavisados, a nossa existência, entre as paredinhas apertadas das moradias urbanas.
Sei não, mas parece que nossa condição humana se afasta, galopando, do natural. Ou pelo menos, o conceito de humano deve estar mudando (porque evoluindo não está).
Já é sabido que somos subproduto do meio. Comparando grosseiramente: o caranguejo, que vive na lama, se mistura a ela; as abelhas envoltas em pólen e mel, os pinguins no gelo...
Me invejam todos eles. Todos trafegam, livres e tranquilos, sem medo de haver sujeira, bactérias, neuras. Ou já se viu o pinguim de meias? Luvas pra caranguejo?
Um dia, andando pela cidade, observei um mendigo que passava e me assustei ao perceber que ele tinha a cor da poeira do asfalto "incorporada". Seus pés, mãos e unhas estavam impregnados daquele pó grosseiro. A sujeira por si não me assustou, mas fiquei triste, com essa história na cabeça... Produto do meio.
E nós, que não vivemos nos viadutos, na colméia, no mangue ou no gelo?
Que produto somos nós? Do quê?
Mais engraçado é pensar que somos, paradoxalmente, inadaptados ao ambiente que construímos, às condições que criamos e que se estabeleceram. Desinfetados, perfumados, medicados, mas frágeis!
Porque nos cercamos de facilidades mais complicadoras do que propriamente facilitadoras?
Esse não é um manifesto pró-sujeira, ou abaixo o Pinho Sol, ok? E não venha dizer que estou almejando vaga na comunidade hippie mais próxima.
É uma pergunta que não sai da minha cabeça. Que bem-estar é esse que almejamos e como nos esforçamos para obtê-lo? Abrimos portas a conseqüências que desconhecíamos e nos tornamos vítimas ignorantes, no meio dessa poeira incerta, repleta de inimigos nada naturais.

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