quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Avista

Assisti Ensaio sobre a cegueira e passei o resto da tarde meio o zonza, de tanto que as rodinhas na minha cabeca giraram e giraram.
Eu nao li o livro nao, provavel que leia, mas certamente Saramago esta agora na minha lista de genios. Ja tem um outro dele aqui na estante pra ler.
Pra mim alguem capaz de nos atentar pra coisas obvias e genio mesmo. Aquelas de tao obvias que a gente nao percebe. E alguem que o faz com tanta sutileza e criatividade nao pode ser menos que genio, nao mesmo.
Nao to dizendo do obvio se voce e cego voce nao enxerga, que vai ter que se readaptar, que vai precisar de ajuda.
Digo o obvio que nos somos frageis, que nossa civilizacao e sustentada por fios fraquinhos entrelacados que a gente tem como pilastras. Digo (na verdade ele disse) que inevitavelmente precisamos uns dos outros mesmo negando o fato, por mais que nos reafirmamos cada dia mais como super-ultra-independentes, nos distanciamos nao so daqueles que ja estao proximos inevitavelmente, mas nos mantemos distantes " cada um com seus problemas" (a frase do seculo?), cada um na sua, tendendo sempre a sermos mais e mais centrados em nos mesmos.
Entao a hipotese: E se todos perdessem algo de igual valor (essencial) pra todos, ao mesmo tempo, incapacitando a todos igualmente? No final das contas, eles so teriam uns aos outros. E os que nao se atentasse pra isso teriam ainda menos. E entao eles percebem que a nova ordem naquele meio e movida por solidariedade mutua. Nao devido a piedade ou compaixao. Por necessidade, o que muda tudo.

E o que e mais obvio nisso tudo? Que o que mais precisamos sao as coisas que nosso olhos estao desaprendendo a enxergar. E que se nao acordarmos pra isso nosso fim vai ser muito triste. A guerra de pau e pedras que Einstein falou.
(esse post nao tem acentos. Usei o computador burro)

3 comentários:

Encosto de Bette Davis: disse...

A mensagem sobre a efemeridade da vida é tão forte que é inexplicável... Muito perfeito o filme/livro.

Teresa disse...

é... eu li o livro...

é tão perfeito quanto o filme...

Bruno disse...

Eu li o livro antes de assistir o filme, vale a pena ler.
E recomendo também ler "Ensaio sobre a lucidez" em seguida (não sei se é esse que está na sua estante).