quarta-feira, 11 de março de 2009

Odisséia, Amelíada e a saga das baratas

Estou de folga hoje e Amélia, a contragosto, resolveu passar aqui.
Vesti as luvas (rosa choque) de borracha, coloquei o Bruce Dickinson pra tocar. Queria logo que tudo se acabasse.
Pilotava a vassoura com rapidez quando, de baixo da poltrona, vi umas plumas se mexendo.
Plumas nada, era uma maldita de uma barata de barriga pra cima se contorcendo!!!!!
Me distanciei súbita e aflitivamente, como só as mulheres sabem fazer nessas ocasiões.
- aaaaghhhh! D-de onde você veeeeioooooo???? Irch!!!!


(Não, ela não me respondeu)
O meu problema com baratas não é só porque são animais imundos que andam por lugares decrépitos. O graaande problema é que eu logo penso: por onde ela entrou, por onde passeou, se vem sempre por aqui, se veio acompanhada, quais motivos a trouxeram aos meus domínios e principalmente... há quanto tempo ela estava ali!!! Fico imaginando eu mesma há alguns minutos antes de vê-la, andando pela casa à vontade, descalça, desavisada, sem perceber aquela criatura dos infernos dividindo os mesmos chão e teto que eu!
Eu fiz um trato com ela, de que se ela continuasse ali sem sair do lugar, eu a deixaria morrer até o Rodrigo chegar e dar um fim nela. Eu nem iria tentar persegui-la com o spray até ela (e eu) nos intoxicarmos. Ela cumpriu o trato e ficou (arrrgh) se contorcendo na mesma posição.
Eu e Amélia continuamos na faxina, um olho na vassoura, outro na barata.
Piedade nada, é nojo, aflição mesmo! Não suporto ouvir o "crec" e sempre acho que vou errar a mira, ela vai se esconder e eu não vou conseguir pegá-la e ainda vai colocar as patas imundas por todo o lugar! Não, não consigo suportar a idéia!!!
Nas minhas confabulações, o capeta é dono de uma fábrica de dedetizantes mata-barata.
Veja bem: Deus as criou e se arrependeu (Eva no paraíso já dava chiliques quando elas apareciam). Elas foram então expulsas de lá (antes da história da maçã); o purgatório não tinha espaço suficiente e não deu conta; lá no inferno o tinhoso resolveu fazer dinheiro com elas, mandando as malditas de volta pra cá. Até hoje não há remédio de vez que acabe com todas (todas eu disse) elas, mas todo mundo continua comprando os sprays e afins. Por causa disso o capeta deve estar usando a grana pra atrair mais fiéis e o inferno, e... há, aposto como está cada dia mais bacana por lá.
Em troca, ele prometeu às baratas - que no final, quando tudo se acabar em samba, suor, pizza e radioatividade - aí sim, só sobrarão elas (e o Keith Richards, claro, que também nenhum veneno conseguiu matar).

Com muito, muito medo de ter mais delas...

Nat

4 comentários:

REDIGIR disse...

Adorei seu texto, Nati. Mesmo! Fiquei lembrando do romance "A metamorfose" de Franz Kafka. Já leu?
Só não entendi uma coisa: pq o itálico no último parágrafo do texto? O fragmento é seu?
Outra coisa: tenho um super guia pra ajudar a entender as novas regras ortográficas do Português. Ideia, Odisseia, não têm acento mais, cridita? Quer que te envio?
Besitos, Juliana

Anônimo disse...

Eu tb tenho nojo, mas as mato numa boa. Vc é doida de deixá-la ali se contorcendo, e se ela vira sozinha e foge? É só bater nelas com o chinelo bem forte em cima, pq aí o som do chinelo com o chão abafa o "crec".
Adorei a do "só sobrarão as baratas e o Keith Richards".
kkkkkkkkk
bjokas!

Mamãe de primeira viagem disse...

hehehe
nat. minha primeira vez nesse blog...
cara, bh tah cheio das baratas... aqui pros meus lados t tá tendo....
hehehe
adoirei sua teoria para as criaturinhas...
beijos

Dois cigarros e um café. disse...

Meo, eu peguei uma barata na minha gaveta de blusas. O que fazer nessa hora? Jogar todas as minhas blusas fora? Not. Lavar tudo um milhão e meio de vezes? yes.

Sem falar que, eu moro no 14º como um bicho desses espacou de ser morto nos outros andares? rs

Beijundas ^^