terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Coço, coças, coçais, coçam


Ando na mais completa falta de assunto (já falei isso antes).
Hoje é dia de folga, amanhã também.
Peguei a bicicleta de manhã, fui pra academia. Os planos para o dia? Malhar, voltar pra casa, almoçar, inventar alguma coisa pra escrever no blog, fazer as unhas, aspirar o (iarc!) carpete dos quartos, fazer as contas da semana.
Sim, planos. Meus dias de folga têm planos. Porque se eu ficar completamente sem nada pra fazer eu piro. Tem que ter alguma coisa (que não seja pagar conta em banco), senão eu começo a dar tiques, choro de tédio, como chocolate além da conta pra afogar as mágoas, troco os móveis de lugar.
Então vamos falar do ócio, santo ócio.
Há um tempo (3 anos atrás), eu tinha TAG - transtorno de ansiedade generalizada. Mas estou curada há mais de um ano, depois de uns remedinhos e muita terapia. Ainda posso me revelar uma ansiosa insuportável em determinadas ocasiões, mas só às vezes.
Num gosto nem de lembrar que naquela época eu tinha seríssimos problemas com o tal do ócio.
Eu ralava que nem camelo e por mais cansada que estivesse, ainda parecia ligada no 220. Isso é bom quando se tem trabalhos estressantes , que exigem muita dinâmica (como os que tive naquela época), além da faculdade à noite.
Mas isso é uma porcaria quando você precisa desligar - sua cabeça não entende que é hora de dormir, hora de descansar e por aí vai. Eu tinha uma relação de culpa com o ócio, não conseguia aproveitar, não relaxava, não desligava. Acordava cansada, voltava do feriado acabada, nunca passava o tal cansaço. Como eu disse - terapia e remedinhos por dois anos - pimba! Sarei!
Mas quando cheguei aqui, levei seis meses pra conseguir meu primeiro trabalho e por isso, claro, pirei. Foi osso, fez com que eu demorasse muito pra me adaptar aqui, fiquei bem deprê, mas sem maiores consequências.
Dezembro passado, me vi caindo na malha fina de novo, depois de ser promovida em outubro. Cenário? Trabalho chato (que eu faço muito bem, obrigada, mas odeio) em ritmo frenético. Eu até conseguia desligar, mas sentia que havia um dreno na minha cabeça que acabava com as minhas energias. Estranho é que eu tinha trabalhado como camareira antes e nem assim ficava tão podre de cansada! E comecei a ver aquele filme repetido na minha memória.
Ôpa, peraí! De novo não!
E fui dizer diretamente (aqui é assim, preto no branco) pro meu chefe que eu tava sobrecarregada e que queria trabalhar em meio horário. E eles toparam (fica mais barato pra eles, já que eu recebo por hora). E agora eu trabalho quatro dias por semana só, entre 6 e oito horas por dia. O trabalho continua o mesmo, claro. E enquanto eu estou lá tenho que me concentrar pra não matar alguém sem querer. Mas pelo menos agora sinto que minha vida não é só isso.
Eu vou mudar de profissão assim que puder voltar pra faculdade, mas isso é história pra outro dia...
E enquanto isso, estou em paz com o ócio, em paz com as horas!
Naquela época (da ansiedade) eu iria encher meu dia com tarefas homéricas e exaustivas, (tipo faxina geral com direito a limpar rodapés e armários) e óbvio, estaria um caco no fim do dia.
Hoje meus dias de folga são preenchidos sim. Mas neles, faço: 50% do que precisa ser feito e 90% do que eu estiver a fim de fazer.

Aiai!

Nat

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