quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

sou tão placebo!

Urgência na psiquiatra.
Falta de ar, pesadelos, palpitações, noites do capeta.
"Passa aqui na quinta cedo, deixa seu nome que ela atende por ordem de chegada. Mas é só na quinta e tem que vir cedo, viu?".
Deve ser o dia que ela atende a galera do pânico, que não é o da tv.
Beleza. Consegui ser a quinta na ordem de chegada.
A fila dos desesperados aguardava na portaria do prédio. Em poucos minutos a secretária liga pro porteiro e "pó mandar subir".
Alguns evitaram o elevador panorâmico e tomaram o de serviço, rsrs.
Aglomeração em 3 metros quadrados, sofá pequeno e secretária ensandecida. Caras ruins. Só mulher. Saquei a agenda mas fiquei ligada na movimentação.
Aos poucos a coisa derrete e me vejo em meio a um compartilhamento de emoções.
Ninguém se conhecia há poucos minutos, e de repente dividiam abertamente as agruras da tarja preta.
Divertido, intrigante.
Minha vez.
"Quanto tempo não vejo você!"
(3 anos)
Lembrou de mim, da minha história, antes mesmo de olhar meu prontuário.
Ouviu atentamente. Diagnosticou, prescreveu.
"Você veio na hora certa".
Sorrisos e prognóstico positivo.
"2 meses e isso vai passar".
Me desejou boa sorte com um sorriso sincero. "Estou torcendo, seremos colegas!"
Saí feliz com minha receitinha azul.
...
Quando as coisas estão encaminhadas, é como se já estivessem resolvidas.

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