sábado, 31 de outubro de 2009

torto


Não há nada que justifique o que é errado.
O errado que sempre será errado, em qualquer época, tribo, latitude, partido político.
Existe aquele errado relativo, que sempre depende disso ou daquilo.

Mas existe um errado puro, igual a um tumor. Não existe um tumor bom, benéfico. Ainda que seja benigno, é errado, não pertence àquilo ali, vai contra a natureza, é um erro do funcionamento normal da coisa. Torna a coisa inteira errada.

E porque é que temos que aceitar esse errado?

Tenho que aceitar porque não tem remédio? Isso não torna o errado certo, muito menos bom, sequer razoável.
Aquele de tão errado que não dá nem pra quebrar um galho. Bicicleta sem rodas.
Esses errados nos dão o direito de estarmos insatisfeitos, tristes, putos, frustrados. Eles nos dão o direito de repensar a nossa tolerância.

Então me dá licença. Eu estou no meu direito.

Um comentário:

Juliana Leal disse...

Tolerância é um valor, Nat. Demonstra algo valiosíssimo, mas infelizmente tão em baixa: a humildade. É superior quem abaixa o olhar; é superior, a voz que se cala, é superior, quem perdoa mesmo tendo razão. Deus não quer que tomemos seu lugar. Ele só quer que sejamos mais humanos. E pra ser humano, e não desistir de tudo e de todos, é preciso muita coragem.